quinta-feira, 5 de abril de 2012

Prato do Dia.

Ora bem. Já aqui escrevi um texto (cujo título já nem me lembro e também não me apetece procurar!) que falava da minha (in)competência para trabalhar com casos Psiquiátricos o que reflecte e muito a minha falta de pachorra para aturar malucos. Posto isto, partilho convosco outro dos meus "ódiozinhos de estimação": os bêbedos. Porquê? Perguntam vocês... ora por várias ordens de razões. Em primeiro lugar, são bêbados e bebedeira não é doença logo não têm nada que ir ocupar o nosso precioso tempo que poderíamos investir em pessoas realmente doentes. Em segundo lugar: são bêbados e logo são chatos. Sejam eles "bom vinho" ou "mau vinho" são chatos de qualquer forma e não tenho pachorra para eles. Em terceiro lugar: cheiram mal. A sério, são malcheirosos e têm um hálito fedorento que me deixa nauseado e que me persegue por horas e horas mesmo depois de eles terem partido. E depois é humilhante ver uma pessoa toda cagada (porque caiu na lama, porque se vomitou todo, porque levou um ensaio de porrada) e muitas vezes com a cara toda feita num bolo porque marraram contra o cimento do passeio (a bebedeira dá para isso) ou porque houve alguém que, ainda com menos pachorra do que eu, tentou tirar-lhes o álcool do sistema à chapada. Mas, essencialmente porque cheiram mal. Por isso malta, quando tiverem uma amigo que bebeu mais do que a sua conta a fórmula é simples: levem-no para casa, enfiem-no na sua cama, vestido e tudo e deixem-lhe uns ben-u-ron e uns guronsans na mesinha-de-cabeceira. Ele vai precisar.
Em terceiro lugar (e este precisa de um parágrafo só para ele) estão... TCHANAM!! As gajas. Não se sintam já ofendidas minhas senhoras. "Gaja" e "Mulher" não são sinónimos. O que é então uma gaja? É aquela fulana tão carente mas tão carente mas tão carente que já nem o marido e os filhos a podem aturar. Então é super vítima, e super apelativa e está muuuuuuuito deprimida.  E, para chamar a atenção trata de arranjar as mais variadas formas de vitimização e, a sua falta de originalidade leva sempre à mesma opção: "tentativas" de suicídio. E depois é como a história do Pedro e do Lobo e, na verdade a única coisa que elas conseguem matar é a paciência do marido / filhos. Que isto das "tentativas de suicido é como os erros: à primeira todos podemos falhar, à segunda só falha quem quer e a terceira já é incompetência. Não... há... pachorra...
E feita esta introdução, passo à história propriamente dita da minha "paciente do dia". Gaja - Esquizofrénica - Bêbeba - Que já tentou "suicidar-se" várias vezes. Foi ou não foi a sorte grande hem?? Pois foi. À primeira abordagem tentou intimidar-me com um "Quem é você? Enfermeiro? Não falo com enfermeiros." Como não resultou passou à ameaça "O seu nome? Vou fazer queixa de si!". Novo falhanço na sua tentativa de manipulação, passa para a sedução "Você é muito simpático... e bonito!". Sim, com aquele hálito asqueroso isso ia mesmo resultar.... e, finalmente a vitimização "Dói-me muito o braço esquerdo, acho que estou a ter um enfarte", o que até nem seria mau de todo dada a sua evidente incompetência suicidária. Enfim, abreviando, ao fim de meia hora já só me via extrair-lhe o ácido étanólico do sistema à chapada.

4 comentários:

ZapporssoN_81 disse...

só nós é que sabemos o que passamos nas longas noites de sexta e sabado...

aqui a minha visão da Enfermagem...:

http://zapingnomeupc.blogspot.pt/2012/04/acerca-da-enfermagem-de-hoje-em-dia.html

Anónimo disse...

Falta outro motivo: são mentirosos!O que obviamente não facilita o trabalho!

Anónimo disse...

Falta outro motivo: São mentirosos, o que não facilita nada o trabalho...

Carla Santos Alves disse...

Oh pá e o que eu gostei de te ler????Adorei!

A parte das gajas adorei...LOL, e sabes irrita-me essa gente que ocupa um lugar no hospital que pode estar a ser necessario por alguem realmente doente!!!!!