sábado, 31 de janeiro de 2009

Coisas que me irritam profundamente...

Ele há coisas (e pessoas-coisas!!) que me irritam profundamente! Tão profundamente que me transformo numa espécie de Dr. Jeckill e Mr. Hide, onde o primeiro tenta dominar o segundo que espuma com raiva e lhe apetece partir coisas, nomeadamente a boca de alguém. É assim uma espécie de transformação interior em Incrivel Hulk, verde de raiva. Mas pronto, o meu Eu Social lá domina a situação e impede o meu Eu Selvagem de fazer estragos.
Uma das situações que mais me põe "a ferver" é quando estou numa fila para o multibanco para levantar dinheiro, esta está ocupada com um/uma fulano que tem uns, vá lá, cinco cartões de bancos diferentes e se põe a consultar o saldo de cada um para determinar de qual deles vai retirar o dinheiro. Eis um lampejo dos meus pensamentos:
-"Vai... despacha lá isso... ok, vais só ver o saldo... peraí!! Então?? Mau, outro cartão??!!! Tou tramado. Pronto, pronto despacha-te lá. ... Olha, saldo outra vez. Agora vai meter o primeiro cartão. Ok, código... pagamentos...telecomunicações... agora vai carregar a porcaria do telefone! Dassss!! E ainda por cima tenho o carro em 2ª fila... O QUE??????!! FACTURAS??!??!?!? F****da-se, c*****lho, p*** que pariu! Ó PÁ, JÁ OUVISTE FALAR DE INTERNET??? PORRA!!! Que se lixe... vou mas é a outro lado..."
Claro que a M. diz que eu sou parvo, que as pessoas têm o direito de o fazer, que provavelmente é o único tempo que têm disponível para resolver essas coisas e blá, blá, blá mas, o certo é que me iriiiiiiita!!!
Provavelmente a M. tem razão...
Mais "Coisas que me irritam profundamente..." em textos futuros!!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O Sr. Intestino.

O meu intestino funciona tão bem, mas tão bem que, ao final de 1 hora após uma refeição tenho de ir. Mandar um fax, sentar-me no trono, arriar o calhau como queiram! O meu intestino deve ser recto porque o que entra rapidamente tem de sair!!
Mas enfim, o meu intestino já me pregou imensas partidas. Certo dia, após um almoço bem comido e bem bebido, em dia de festa lá na aldeia, com várias entradas um belo de um borrego assado e imensas sobremesas, mas dizia eu, após um belo almoço eu sentia-me um abade! Ao final de 40 minutos o meu velho amigo, o Sr. Intestino convidou-me para um belo tête-á-tête na retrete lá do sítio. Após uma aturada e demorada conversa, bem produtiva por sinal (nem imaginam a produção que foi!) lá saí do meu encontro com o S. Intestino pronto para mais uma maratona gastronómica. Acontece que tive que levar um familiar ao aeroporto, sendo que o mesmo fica a cerca de 2 horas de distância.
Ao final de 1 horita de caminho, o Sr. Intestino manda -me uma mensagem: "Temos de falar." diz, e eu digo-lhe que agora não, que estou na auto-estrada, que estou a conduzir e não há salas disponíveis. Meia hora depois, a mesma conversa. Quinze minutos depois, dez minutos depois, cinco minutos, um minuto. Impossível resistir ao chamamento do Sr. Intestino!! "Vamos falar e é AGORA!!!". "Agora NÃO POSSO!!", exclamo em desespero de causa, já sem argumentos para contrariar a sua vontade. Paro na portagem, pago, o portageiro demora o que me parecem horas a mandar-me seguir, passo a portagem e enconto na berma. Vasculho o porta-luvas apressadamente, saio do carro e salto os rails de segurança. O Sr. Intestino espera-me atrás de uns arbustos rasteiros. Conversamos e ele mostra-me uma forma completamente nova para usar os talões do multibanco!! Satisfeito, o Sr. Intestino permite-me continuar a minha viagem.
E é isto. Graças ao Sr. Intestino já tive o privilégio de conhecer lugares desconhecidos à maior parte das pessoas. Bermas na A1 com maravilhosas vista para o Tejo, zonas em Almada com vista desafogada para o Cristo-Rei, uma falésia com uma vista magnífica para as praias da Costa da Caparica, matas lindíssimas no Norte, vinhas no Douro. No estrangeiro também, como os mais conceituados WC públicos na Alemanha e França e campos de milho na Bósnia. Também já me proprocionou momentos de puro prazer como atravessar a Ponte 25 de Abril em tempos recorde, contribuiu para a minha boa forma física, desafiando-me a percorrer o caminho entre a Avenida de Liberdade e as Amoreiras, através da Rua do Salitre, sempre a correr non-stop, o que fiz, mesmo com a ajuda de um propulsor traseiro a ar (ou gases, como preferirem!) entre outras corridas sempre desencadeadas por ele.
É o meu amigo, o Sr. Intestino, companheiro de tantas aventuras, de tantos lugares desconhecidos para a maioria, de correrias desenfreadas. O meu amigo que me mostrou a verdadeira utilidade dos talões multibanco.
Se, depois deste texto, não voltarem a visitar este blogue eu entendo, juro que entendo e vos perdoo!

Não caiam...

... na patetice de acreditar num médico que vos diz:

-"Tem uma hemorróida trombosada mas não há problema! Dá-se um cortezinho (que não dói nada) na hemorróida e sacam-se os trombos todos. Sai daqui logo com mais alívio!! Vamos a isso?"

Nesta altura devem responder:

-"MAS VOCÊ TÁ PARVO?? Se quer enfiar lâminas afiadas cirurgicamente no cú de alguém sugiro-lhe que arranje outra pessoa."

Acreditem em mim, a única coisa que vão ganhar é um "andar novo" e nada de alívio, OK?

OK.

McSleepy não merece...

... tanta gentileza.
Fui premiado pela Rosemary com o prémio Dardos há algumas semanas já, mas só hoje me chamaram a atenção para facto!
Depois de me chicotear algumas centenas de vezes com aquele chicote com garras que aparece na "Paixão de Cristo" e de ter colocado o silício na perninha, mantendo-o durante este turno nas urgências, venho tentar rectificar uma situação injusta.
Visitem o blog desta senhora algarvia, é um blog bem giro (a começar pelo excelente e original título!!!
Estou desculpado? Vá lá....

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Esta nunca tinha visto...

Uma verruga... na língua??!!?!?!?!?!?!!!!!
CHIÇA!!
Acabou de sair daqui uma senhora com uma verruga na língua!! Verdade! Não estou a inventar!!! Ela falava para mim e eu só conseguia concentrar-me naquela coisinha clara na ponta da língua, a espreitar e a provocar-me a olhar mais de perto. Ainda por cima causa aquela "falinha de masssssssassss" em que acentuam os ssssss!
-"Desculpe minha senhora... importa-se de repetir? Éééééé... não a ouvi bem..." e pensava: concentra-te porra!! AH! Lá esta ela outra vez!! Calma, respira... olha para outra coisa. Os olhos, olha para os olhos.... NÃO!!!! Para lá de falar!! Lá está ela a provocar-me!!! Ahhhhhh!!! ... Assim está melhor...
-"... pois é minha senhora, está tudo bem com a sua tensão. Agora é só aguardar que o médico chame."
Pensei que isto só me acontecia com decotes extremamente pronunciados em raparigas de busto firme...

La Gioconda

Ainda ecos de Paris.
De tudo o que visitei em Paris posso dizer que, o que mais me marcou, uma vez que toda a cidade é maravilhosa, foi o Louvre. Não é que eu seja um apaixonado pela arte mas gosto de visitar um bom museu. E o Louvre é O museu!
Tudo nele é belo, desde o edifício propriamente dito (residência oficial do Rei, antes do Luís XV se mudar para Versailles) até às Pirâmides contemporâneas (muito embora alguns parisienses as achem um atentado à história do Louvre), passando pelas inúmeras peças nele contidas.
Claro que há uma obra em particular... a Mona Lisa. Além de ser muito frequente escutar-se os visitantes a perguntar o caminho para a Mona Lisa e, na maioria dos casos, os turistas apressam-se a ir ver o quadro, o próprio museu tem uma sinalética específica que indica o caminho directo para o quadro. Até aqui tudo bem. Afinal é o mais famoso quadro do mundo!
Acontece que, das pessoas que conheço que já viram o quadro in loco, a opinião é unânime: é uma desilusão. Porque é mais pequeno do que imaginavam, porque não tem nada de especial, porque é mais giro nos livros. Eu não concordo nada com estas opiniões. É pequeno? É um retrato!!! Um retrato. Estavam à espera do quê? Um mural? Ainda por cima, o que mais existe no Louvre são pinturas de parede inteira! Mas, convenhamos, o quadro mede 77x53 cm, não é assim tão pequeno!! As duas outras razões de decepção prendem-se com o facto de que observamos o quadro de 5 metros de distância e com um vidro à frente! É como ver o futebol na TV e no estádio. Na TV temos a noção de tudo o que se passa no relvado, as repetições, os grandes planos, a visão do relvado. No estádio não se tem uma noção tão global, mas tem-se a emoção. A única razão pela qual fiquei desiludido prende-se com o facto de ter sido obrigado a ver o quadro de tão longe e a ser empurrado por 15 asiáticos e mais uns quantos turistas a fazer pose para a foto!!
E agora um aspecto muito importante... porque raio ficamos tão longe da obra? Pois é. Em todo lado existem imbecis, idiotas que não querem saber do património global, estando mais preocupados com uma parvoíce de uma foto sua junto das obras. Falo da mania de não respeitar a regra de NÃO USAR FLASH!!! Será que é assim tão difícil desligar a porcaria da luz??? Ou é preferível danificar um pouco mais um bem inestimável? "Ah... só esta foto não faz mal..." Mas sabem quantas pessoas visitam os museus e pensam o mesmo? Sabem quantas pessoas visitam o Louvre POR DIA? Animais... E por causa desses parolos das mais variadas nacionalidades (portugueses também, pois claro!) nem pude ver o quadro com a minúcia que lhe é devida e as fotos saíram todas desfocadas por causa dos empurrões!!!
Irra...

Eu é que não sou parvo!

Em todos os locais, principalmente nessas aldeias do Portugal remoto, aquele onde um blogue é uma palavra estranha, mesmo para os mais jovens... mas dizia eu, em todos os locais existe sempre "o maluco". É normalmente alguém com patologia do foro psiquiátrico mais ou menos grave e que é a "mascote" da aldeia.
Na aldeia onde cresci, tinhamos o "Zé da Estrada". Era assim chamado porque a vida dele consistia em percorrer quilómetros na estrada nacional que atravessava a aldeia, em ambos os sentidos, e parando nas aldeias vizinhas onde dava autênticos festivais musicais onde ele, só com a boca, reproduzia (tentava!) os instrumentos de uma determinada música que lhe pediam, a troco de um copito de tinto e, talvez, uma côdea de pão. Como é bom de ver , o Zé morreu... atropelado!!!
Lembrei-me do velho "Zé da Estrada" por causa do Tó (nome fictício). O Tó é o nosso louco "de estimação". Esquizofrénico, ex-toxicodependente, o Tó visita-nos quase todos os dias. É um tipo muito educado, mesmo quando descompensa, com gestos largos e expressivos, algo exagerados, muito temente de Deus (aliás, Deus fala com ele e diz-lhe as mais variadas coisas como: "Não tomes os medicamentos..."!!!), acredita que foi contaminado com o HIV por um irmão que lhe deitou uma gota de sangue na sopa e anda pela cidade perdido na sua mente.
Mas não é parvo, o Tó! De cada vez que cá vem consegue sempre cravar uma sandes ou um pacote de leite ou sumo a alguém que esteja na sala de espera, uns trocos e está sempre com pressa "para ir ver se arranja uns trocos" nas feiras e mercados. Mas ontem o Tó teve o seu mais brilhante momento de "cravanço"!!
Quando cheguei estava o Tó sentado junto da sala dos enfermeiros, à espera da habitual pica. Assim que me vê exclama: "Olha o Sr. Enfermeiro!! Tá bom?" no seu jeito exagerado e com aquele ar submisso, sempre curvado á nossa frente, com as mãos unidas junto ao peito. Cumprimentei-o e dei-lhe um aperto de mão, que pareceu deixa-lo um pouco mais à vontade. Enquanto conversava com a colega, o Tó diz, subitamente: "Que grande perna!! Nunca tinha reparado que você era assim tão grande Sr. Enfermeiro!! E que grandes pés!!! Quanto é que calça?", ao que eu respondo: "Oh Tó não exageres. Não é assim tanto. Afinal só calço o 42." E o Tó, em tom quase suplicante "Oh Sr. Enfermeiro, é o número que eu calço... e com esta chuva só tenho isto para calçar... este ténis todos rotos... Não tem nada lá em casa pra mim?"
Hoje trouxe-lhe alguns pares de botas e ténis que tinha lá em casa e que já não uso. Trouxe-lhe também algumas camisolas e um casaco para o Outono e Inverno.
Pode ser louco... mas de parvo não tem nada!!!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fotos: parte 3

Museu d'Orsay

Pormenor do Musée d'Orsay



O Louvre!!!!

Praça da Bastilha (havia feira!!)

Fotos: parte 2

Pormenor de Notre Dame

A imponente Notre Dame

Av. Champs Elysées



Arco do Triunfo


Basílica do Sacré Coeur

Fotos: parte 1

A Rainha!!!

Place de La Concorde

Champs Elysées com o Arco do Triunfo ao fundo

A magnífica Opéra

Galerias Lafayette


Seremos capazes de fazer melhor?

Estou vazio de inspiração. Não é que não haja temas. Há, eu é que estou sem vontade. Por isso cito alguém bem mais elucidado do que eu...

"Esta juventude de hoje em dia
Quando chegámos, aquilo que tinham para nos contar era uma história incompreensível que metia guerras coloniais, Salazares, emigrações em massa e outras tragédias escolhidas a dedo com exemplar mau gosto. Além disso, havia também os vinte e cincos de Abril e os primeiros de Maio, que você insistiam em rodear de monossílabos e interjeições. Então, para explicar o que tinham para nos oferecer, fizeram livros chatos, filmas ainda mais chatos e pouco mais. Depois, acusaram-nos de não entender. A culpa não era vossa. Não, nada disso. Vocês explicaram-nos tudo muito bem. A culpa era nossa, por aparecermos nos inquéritos de rua do telejornal a gaguejar, ou a dizer que o Marcello Caetano era um cantor brasileiro.
Um cantor brasileiro, que graça, que barrigada de rir. Ao chamarem-nos ignorantes, esqueceram-se que eram vocês que deviam ter sido nossos professores. Digo isto e nem sei se o posso dizer, se mo deixam dizer. Vocês são sensíveis. Há assuntos acerca dos quais não podemos falar, são interditos. Nós não estávamos lá, não sabemos nada e, por isso temos de nos calar. Até porque, afinal, nós somos uns privilegiados. Não passámos por aquilo que vocês passaram. Vivemos neste mundo confortável que vocês construíram para nós. Sim, porque foram vocês que nos trouxeram pela mão a este lugar onde, com uma licenciatura , dezasseis anos de escola, podemos aspirar a dobrar camisolas na Zara, a arrumar livros na Fnac ou, fardados, a fugir dos clientes que procuram informações no Ikea. Com sorte, um contrato de seis meses. Com sorte, um estágio não remunerado.
Nós somos uns privilegiados. Não podemos culpar as guerras coloniais, nem os Salazares, nem as emigrações em massa porque aquilo que nos assalta não tem rosto. É como o dinheiro das contas que pagamos por multibanco: existe, mas não existe. Ao mesmo tempo, não podemos sonhar com vinte e cincos de Abril ou primeiros de Maio porque vocês já gastaram essas possibilidades, já mostraram onde chegam esses caminhos. Se, por momentos, nos iludimos com um pedaço de vinte e cinco de Abril, olhamos para vocês e desistimos imediatamente.
Isso, emprestem dinheiro aos bancos. Coitadinhos dos bancos. Coitadinhos dos banqueiros e dos administradores. Nós ficamos calados. Afinal, não passámos por aquilo que vocês passaram. Sabemos isso. Seria importante que soubessem igualmente que vocês não passaram por aquilo que nós passámos e passamos ainda. Uma casa para pagar, por pagar, a dezenas de quilómetros de onde trabalhamos. Um futuro incerto. Infantários, hipermercados, o Natal.
Aproveitam agora para se divertir. Vão passar muito tempo em possibilidade de resposta. Quando chegámos, vocês já cá estavam, por isso, devem saber muito acerca do tempo e da sua duração. Se é assim, talvez já tenham reparado que o tempo é rápido, constante e inequívoco no seu curso. Falta pouco para o momento em que vocês se vão embora. E, quando forem, não voltam. Espero não estar a dar-vos nenhuma novidade.
Quando chegar esse definitivo, quando se forem embora, seremos nós os guardiões da vossa memória. Então, abandonaremos ainda mais aquilo que não nos souberam transmitir e, quanto a vocês, quanto aos vossos reflexos nos espelhos, serão apenas aquilo que nós decidirmos. Os vossos audis e mercedes a duzentos na auto-estrada não vos servirão de nada, os vossos fatos irão para o lixo, as vossas estátuas cairão em minutos e os vossos livros serão comidos pelos bichos. Poderá então acontecer que, por comum acaso, nos esqueçamos de vós, que aquilo que vocês são agora se transforme em nada.
Nessa altura, claro, vocês já terão comido, bebido, passeado, já terão apanhado muito sol à beira da piscina, mas, nessa altura, não terão sequer a memória disso e nós estaremos com aqueles que vocês nunca conhecerão, estaremos a não lhes falar de vocês. Falaremos talvez da natureza, da história de Portugal, de assuntos que queiramos que aprendam, mas não lhes estaremos a falar de vocês. Se isto é uma ameaça? Não, nós não precisamos de fazer ameaças. Ou melhor, sim, é uma ameaça, embora não precisemos de fazê-las. Nós sofremos, mas temos tempo."
José Luís Peixoto, in Visão, 25 de Dezembro de 2007

domingo, 25 de janeiro de 2009

Pecados Capitais.

Respondendo ao desafio da JS para escrever sobre os 7 pecados capitais:

GULA: sou muito guloso! Adoro doces, rebuçados, sobremesas, bolos, gelados. E depois não são só os doces! Adoro comer! Carne de porco, galinha, frango, borrego e vaca... mal-passada, a sangrar!! Quase que se consegue ouvir o mugido da vaquinha e o seu sininho e o cheiro da erva fresca! Perco-me com batata frita, só paro quando já não há. Gosto de comida chinesa, japonesa, indiana, de goa e macau. Gosto de experimentar tudo, não há nada que eu diga que não gosto. Gosto de comer, pronto!! Agradeço pelo meu fantástico metabolismo que me impede de me tornar num obeso crónico...

AVAREZA: não sou avarento. Agarro-me mais ao dinheiro porque tenho pouco do que porque gosto muito dele. Não me coíbo de o gastar em muitas situações: se trabalho muito tempo seguido sou bem capaz de gastar algum dinheiro num bom jantar, fora e com a família (é impressão minha ou voltou a gula à baila?)!!! Se tivesse muito dinheiro acho que cometeria ainda mais pecados!!

INVEJA: por vezes tenho inveja. Quando algum português ganha o euromilhões!! Fora isso sinto aquela inveja saudável de quando um amigo atinje um objectivo que também é o meu mas fico feliz por essa pessoa.

IRA: sou um tipo que normalmente mantém a calma, no trabalho e em casa. Ira só mesmo num lugar: dentro das quatro linhas de um campo de jogos! Detesto perder, tenho mau perder, berro com os meus companheiros de equipa, provoco os adversários enfim... já parti desde raquetes até tacos de bilhar passando por cabeças e queixos. Mas fico muito mais irado comigo próprio, com as minhas limitações ou incompetências do que com os outros. Só detesto é que os meus companheiros não se empenhem a 100%. Mas quando acaba o jogo tudo passa!

SOBERBA: mea culpa. Por vezes tenho a mania que sou mais inteligente do que os outros e isso, por vezes acaba por ser uma desvantagem. Por vezes não valorizo os outros e só me apercebo como isso é mau quando não sou valorizado. A M. costuma dizer que o meu Ego não cabe em mim próprio e precisa de ocupar o ego de outro. Mas isso é algo que estou a tentar corrigir.

PREGUIÇA: no trabalho não o sou. Já em casa... sou muito preguiçoso em relação ás tarefas domésticas! Mas a culpa é daquele belo sofá com 2,80 m com uma chaise-longue de 1,80 m... raiospartammaldito que me aprisionas com a tua doçura!!! E também daquele ser fantástico que repousa na sala, que me hipnotiza com as suas imagens concebidas só para nos prender. E do outro, aquele que me traz o mundo com um simples clicar nos seu teclado. MALDITOS!!!!!! (vês querida, eu dizia-te que era uma conspiração mas só agora juntei as peças....)

LUXÚRIA: desculpem, mas esta não é pecado... são vários!!

A quem me conhece pessoalmente: livrem-se de usar as características aqui descritas nalguma discussão futura...

Bonita surpresa!



Durante a minha ausência por terras gaulesas, eis que sou presenteado com este prémio que muito me honra. Foi-me atribuído pela JS, autora de um belo blogue por sinal. Eis a descrição do prémio:

“Com o Prémio Dardos reconhecem-se os valores que cada blogger, emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os bloggers, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web”.


Estes Prémios obedecem a algumas regras:
1) Exibir a imagem do selo;

2) Linkar o blog pelo qual se recebeu a indicação;

3) Escolher outros blogs a quem entregar o Prémio Dardos.


Este foi o meu primeiro (e talvez único!!!!) prémio e calculo que a JS mo tenha atribuído porque já não restava mais ninguém!!!

E não porque não há mais ninguém mas porque merecem eis quem eu premeio:
Banita, Undutchable, Sandra, e as repetentes mas inevitáveis Ana C. e Margarida.
Se o prémio não viesse dela teria também premiado a própria JS!!!
Muito e muito obrigado!!!
'Pera lá... só nomeei raparigas... xiiiiiiiiii como anda este mundo...

Viagens

Voltei.... as férias acabaram.
Paris é uma cidade magnífica! Penso que o adjectivo que melhor a define é: Imponente.
O pior de tudo é voltar a esta realidade... mas, life goes on e com ou sem vontade temos que embarcar no comboio e esperar para sair na melhor estação, numa que nos leve numa outra viagem, que nos satisfaça mais que esta que estamos a fazer.
Paris foi muito bom mas passou. Fica a vontade de voltar e a vontade de... mudar de estação e de comboio.
Porque as imagens valem mais que as palavras fica prometido um post fotográfico com o que mais gostamos em Paris.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Paris: dia 1

Hoje foi um dia bastante engraçado! Pela manha um passeio aqui pelo arrondissent (bairro). A primeira paragem foi nas Galerias Lafayette. Em boa verdade nao sao mais que a versao original do El Corte Inglês mas o que as torna unicas sao as sua varandas que culminam numa cupula lindissima! Fizemos depois um passeio até a Place de la Concorde, nada mais que a praça onde se encontrava a famosa guilhotina que decapitou, entre muitos mais o Rei Luis XV (acho...) e a Marie Antoinette. é um espaço enorme onde existem varias fontes que foram edificadas para que se pudesse limpar o sangue apos as execuçoes! Tem o Senado frances ao fundo e é onde acaba a Av. Champs Ellysées que vem do Arco do Triunfo e começa o Jardin Tuileries que faz parte do Louvre.
Dai fomos à Place Vendôme, uma pequena praça nao muito visivel onde se concentram as joalharias das marcas mais luxuosas (de Cartier até Van Cleef) fazendo deste pequeno espaço o recanto mais luxuoso (e caro!) de Paris. Foi daqui, do Ritz que Diana partiu de encontro... ao poste! Depois novamente a Opéra, um edificio imponente e muito bonito, até casa. Pelo meio alguns recantos, pequenos recantos e igrejas (ha imensas espalhadas pela cidade!).

A tarde, apos a sesta do pequeno uma desilusao: chuva a potes! Pensamos que nao iriamos sair mais mas, apos uma pequena aberta arriscamos. Apanhamos o metro até ao Trocadero, um edificio em U com um belo jardim e enormes fontes com estatuas douradas e que alberga um museu e um teatro, que fica no cimo de uma pequena colina. Saindo do metro e contornando a esquina a respiraçao suspende-se por um instante: a Torre Eiffel! Imponente é a palavra que melhor a define. Descendo o jardim em direcçao à torre eis que alguém nos céus abre o autoclismo! Acontece a primeira "molha" à séria do G., até nisso esta viagem sera marcante! Fico um bocado zangado (desculpa M... passei-me um bocadinho) mas a chuva passa e com ela a neura!

A noite começa a chegar e, com ela as pessoas regressam a casa e... eis Paris!!! A noite aqui é diferente, as luzes, os passeios largos, as esplanadas, os cheiros, o trânsito dao vida a esta cidade e esta parece transformar-se (para melhor!) durante a noite!!!
Querem fotos? Tà bem, tà bem.....


A Opéra


Esta conhecem!!!



Av. Champs Elysées com o Arco, vista da Place de la Concorde


As Galerias Lafayette (bonitas hem?)



E a fantastica cupula!


Bom, o dia foi muito mais que isto! Amanha mais um dia de passeio intenso e espero que nao chova!!!

Bisous a tous!!!!!





































Paris: dia 0

Dia 0: uma voltinha ao quarteirao e logo vimos o edificio da Operà! Estamos hospedados mesmo no centro da cidade, rodeados de imensos locais que se podem aceder a pé: Operà, Galerias Lafayette, Louvre, Place Vendôme (a rua mais valiosa do Monopolio frances!). Estamos um pouco cansados e fizemos um pequeno reconhecimento pelas proximidades. Ha Starbucks em todas as esquinas, o que é muito, muito bom!
Este teclado AZERTY ja me esta a dar dor de cabeça! Nao encontro os assentos e as letras estao todas fora do lugar!!!
Amanha um dia a passear pela cidade que parece ter imensos recantos bem giros (e uma igreja em qualquer canto!), vamos visitar a Torre Eiffel, afinal o ex-libris desta cidade!!!
(fotos talvez amanha à noite...)
A bientôt!

sábado, 17 de janeiro de 2009

J'arrive!!!

La famille va en vacances! La semaine prochaine on restera ici:






D'aprés ça, j'ecriverai toujours ce blog en français!

(non, non.... je rigole!)



Bisous, a trés bientôt!!!!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Perspectivas.

George W. Bush, ao despedir-se da nação americana, refere que quer ser lembrado como o presidente que evitou ataques terroristas em solo americano, após o 11 de Setembro.
Quer-me cá parecer que ele será referido historicamente como o presidente que não conseguiu impedir o 11 de Setembro...
Mas o que vale a minha opinião ao pé do Homem mais poderoso do mundo...?

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Aventuras e desventuras envolvendo cadáveres, fósseis vivos e seguranças medricas...

Era ainda aluno e estagiava num serviço de Cuidados Intensivos. Certa noite, pela madrugada, dá-se o óbito de uma doente, obesa, pesando o simpático valor de cerca de 130Kg. A auxiliar do serviço, ela própria um fóssil vivo com, no mínimo uns 120 anos, foi encarregue pelo chefe de equipa para transportar o corpo à morgue. Aqui o vosso amigo que escreve, numa atitude de mistura entre "coitadinha da senhora (auxiliar) que pode precisar de ajuda" e uma curiosidade mórbida de ver a morgue por dentro, voluntariou-se para acompanhar o fóssil.
Como se sabe, as morgues ficam sempre na última das caves dos edifícios. Esta não é excepção.
Cenário: no elevador eu, a morta e o fóssil vivo, a descer uns 6 pisos no mais absoluto silêncio (isto ás 4 da matina). Abrem-se as portas... um longo corredor com apenas luzes de presença que, ainda por cima, acendem e apagam ou tremem criando um ambiente de penumbras e vultos de sombra. Inspiro profundamente e começo a pensar que talvez, talvez tivesse sido melhor ter ficado caladinho em vez de tentar ser simpático. Saímos do elevador e... a "maca dos mortos", uma espécie de carrinho de transportar comida gigante, com uma tampa em aço inox e tudo, emite um som agudo e penetrante, ritmadamente.... rnhec, rrrrnhec, rnhec, rrrrnhec...
O corredor parece nunca mais chegar ao fim.... vejo ao fundo a porta negra de acesso à morgue. Quando nos aproximamos um vulto salta das sombras, de negro vestido, pálido e com olheiras. O meu coração acelera... o vulto balbucia: "Qué que querem?"
Abre a porta, lentamente e esta range lentamente, um som que se amplifica no corredor e que, juro, parece-se assustadoramente com um gemido de dor. Entramos. O Segurança fica à porta "a vigiar" e nós contemplamos o frigorífico gigante com dezenas de pequenas portas fechadas. apenas uma está aberta, em cima, ao nivel do meu peito.
Preparamo-nos, eu e o fóssil, para colocar a morta na sua gaveta. "Eu fico na cabeça e a senhora coloca os pés. A seguir ajuda-me a levantar o resto do tronco e a empurrar" digo. Assim acontece, mas... o fóssil escorrega (nem sei em quê) e eu fico com o cadáver pendurado entre mim e a maca, peço ajuda ao segurança que grita "Eu, aí não entro!" enquanto corre pelo corredor. O fóssil não tem força suficiente. Coloco-me por baixo do cadáver tentando usar as costas para o levantar e, no processo, o embrulho do corpo cede. Um braço abraça-me o ombro esquerdo, o pé sai da maca. "Estou f********do! Se ela cai no chão nunca mais a levanto...", mas, num último esforço e já com a ajuda do dinossauro vivo, empurro e lanço o corpo para dentro da gaveta, mais ou menos como se descarrega um saco de batatas para dentro de um camião. Já está... o cadáver tem os olhos dirigidos para mim e julgo observar um esgar de divertimento nos lábios da senhora morta.
Fechamos a porta do frigorífico e depois da morgue. O segurança desapareceu. Percorremos o corredor com o som frio da maca a ranger. Entramos no elevador e depois de volta ao serviço. Nem uma palavra.
"Correu tudo bem?" pergunta o chefe de equipa.
"Tudo bem" respondo. "Tudo bem..."

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Grupo de imbecis moralistas, é o que é...

Um grupo de cidadãos portugueses reclamam à Assembleia a suspensão da Lei do Aborto. Parece que foram 4500 assinaturas de portugueses que se opõem à nova lei do aborto. Ora bem... 4500 assinaturas para suprimir uma lei que foi sufragada por alguns milhões de portugueses parece-me manifestamente pouco. Por muito que eles digam que o referendo não foi vinculativo. O facto é que, de todos os portugueses que foram votar a maioria aprovou a lei.
Afirmam os ditos senhores que a situação actual é "uma tragédia" e que se passam coisas impossíveis como "O aborto recorrente, o aborto que se torna um método contraceptivo, o eugenismo (eh pá, vão ao dicionário!) liberal". Permitam-me que insulte estes senhores: então mas esta cambada de idiotas e imbecis, além de anormais, que não existem agentes reguladores destas situações? O que serão os profissionais de saúde que lidam com estas mulheres? Um bando de assassinos em série certificados pelo estado? Uns psicopatas da pior espéciem, que sentem orgasmos enquanto interrompem uma gravidez? Pensarão eles, por ventura que não existe um acompanhamento e aconselhamento das mulheres que fazem esta opção? Acham que deixámos de distribuir pílulas e preservativos e já não há consultas de planeamento familiar? Enfim...
Os argumentos utilizados para legitimar estas afirmações são, logo à partida, um aumento no número de abortos: "No primeiro ano foram feitos seis mil, daria 12 mil ao ano multiplicando por dois. Depois, no segundo ano, já foram 16 mil. Estamos a assistir ao contrário que era defendido, que era legalizar o aborto para o tornar menos frequente." Estamos perante especulação da pior espécie!! Que dados têm para extrapolar que, num semestre aumentaria o número de abortos no dobro? Posso afirmar que poderiam ter sido o triplo, ou 10 vezas mais, ou apenas a metade ou um terço. E que dizer da afirmação que os 16 mil do 2º ano reflectem um aumento significativo que vai contra os propósitos da Lei? Concerteza que as palas que estes senhores usam ao nível dos olhos os impedem de ver que esse número resulta provavelmente dos abortos que deixaram de ser clandestinos. Terão eles acesso aos números dos abortos clandestinos? Será que esse número não diminuiu? E analisaram eles a diminuição da mortalidade das mulheres sujeitas a interrupção da gravidez? Pois não...
Claro que aqui não interessa nada o direito à escolha por parte da mulher, o direito a tomar as rédas da sua vida e do seu corpo, as consequências para o bebé de uma gravidez indesejada, a falta de condições minímas para receber o bebé, a falta de soluções para os bebés abandonados, a vida que é proporcionada aos bebés abandonados nas instituições (que fazem o melhor que podem com as condições miseráveis que têm...).
E sabem o que é mais engraçado? É que eles propõem a revisão da lei "no sentido de se tornar menos permissiva". Decidam-se: então querem o fim da lei ou concordam com a liberalização? E o que significa a expressão "menos permissiva"? Será diminuir o limite de tempo de evolução da gravidez? Será fazer só meio aborto? Ou mulher sim/mulher não?
Resumindo, estamos perante idiotas moralistas que pura e simplesmente não evoluiram e continuam agarrados a ideais de tom medieval e retrógrado e que, provavelmente votaram em António Oliveira Salazar como o "Melhor Português de Sempre". O que se conclui desta acção? Que existem, pelo menos, 4500 portugueses perfeitamente parvos.
(Não se nota muito a minha posição face ao aborto, pois não? Ah, e repararam como fugi ao tema do dia, as declarações oportuníssimas do Exmo. Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa? Será que ele faz parte dos tais 4500?...)

STOMP!!!

FANTÁSTICO! IMPRESSIONANTE! ORIGINAL! BARULHENTO! RITMADO! OFEGANTE! ELECTRIZANTE! DIVERTIDO!


IM-PER-DÍ-VEL!!!!
Superou as minhas mais loucas expectativas! Aplaudo de pé enquanto escrevo este post!!!
Ufa...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

É hoje!!!

O casal Sleepy vai prá "rambóia"!!! Eh, eh, eh...

Olha... calhou!

Trabalho e trabalhei com muitos Enfermeiros. Uns bons, outros nem tanto, alguns excelentes com quem aprendi muito e outros não tão bons tecnicamente mas com um sentido de relação humana tão apurado que sabem perfeitamente o que dizer (ou não) ao doente em deteminada situação.
Eu não sou nenhum dos anteriores. Contudo existe um grupo dentro desta imensa classe que me faz comichão, e que quanto a mim só vem inquinar a qualidade dos profissionais. Falo dos "Dr. Enfermeiro". Esta malta sempre teve o sonho de, um dia, vir a ser médico. Como não conseguiu virou-se para o parceiro natural dos médicos, os enfermeiros. A bosta é que as funções e a abordagem ao doente são completamente diferentes. Radicalmente diferentes. Só para terem uma pequena ideia, enquanto que a medicina aborda a problemática partindo da doença, a enfermagem aborda o mesmo problema do ponto de vista do doente.
Então falava eu dessas alminhas penadas que são os "Dr. Enfermeiro", e tratam-se efectivamente de almas penadas pois não pertencem verdadeiramente a nenhum de dois mundos: nem ao dos enfermeiros porque se afastam, nem ao dos médicos, aquele mundo que eles almejam. E isto de ser enfermeiro não é fácil. Somos a plataforma sobre a qual roda todo o processo de cuidar do doente, temos que mediar a relação do doente com os outros profissionais (principalmente com os médicos), temos de estar sempre atentos porque é a nós que o doente pede sempre ajuda, mesmo que de forma mais camuflada.
Aqui surge aquela que é para mim, a característica mais importante num enfermeiro: saber exactamente qual é o seu papel e os limites da sua actuação. Demasiado vago? Pois...
No meu primeiro dia no curso perguntaram-me porque tinha ido para enfermagem. Resposta: porque calhou! Assim, sem rodriguinhos! As circunstâncias assim o proporcionaram e ainda bem. Dessa forma encarei o curso sem preconceitos, sem falsas expectativas e hoje penso que sou um bom enfermeiro por isso. Tenho dias em que gostava de fazer outra coisa, trabalhar com gente doente pode ser muito deprimente. Gostava de fazer algo onde pudesse falar com muita gente, de diferentes línguas mas num ambiente mais leve. Mas, no geral, gosto do que faço.
Tenho apenas uma certeza: não trocaria nunca o meu papel e as minhas funções pelas do médico (e daí, talvez considerasse trocar apenas os ordenados!)
(Eu nem gosto de escrever posts assim, muito específicos. Mas acabei de me cruzar com uma aventesma do grupo acima descrito bajulando declaradamente o Exmo. Sr. Dr.... Asco... desculpem o desabafo.)

Caladinho...

Ok CR7 (como ele faz questão de se intitular), melhor do mundo em 2008, justíssimo.
Mas agora caladinho, sorri, faz peito, coloca os teus brilhantes (ofuscas-te como o teu próprio brilho...), espatifa mais um ferrari ou até um bentley... mas não fales.
Como estás em Inglaterra atrevo-me a dizer: less is more...
Falas melhor com as botas... continua lá a fazer isso e deixa essas coisas do discurso verbal para quem sabe, Ok?
Ok...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Pior que uma gaja...

No dia-a-dia uso uma mala daquelas a tiracolo. Comprei-a em 2004 (!) e tem sido minha fiel companheira desde então! Coitada... está de rastos! Era preta, agora é... castanho/cinza? Nem sei. Tem alguns bolsos rotos e a alça está toda a desfiar. Eis chegada a hora da separação.
No entanto já estou farto de procurar e não encontro substituta à altura... Pura e simplesmente não encontro, seja qual for o preço! E no que diz respeito ao conteúdo sou o equivalente masculino a uma gaja. Vejamos:
-1 telemóvel
-1 carregador do tlm
-1 carteira
-1 agenda
-1 moleskine
-1 baton hidratante (indispensável nesta altura do ano!)
-1 Vicks vapo-spray nasal
-1 fio dentário
-1 estojo para as unhas (?!?!!?)
-1 estojo para os cartões de apresentação
-1 livro de cheques
- comprimidos vários (paracetamol, brufen, mebocaína)
-Canetas
-Cartões dos hospitais
-chaves de casa
-chaves do carro
-papéis, muitos papéis (demasiados papéis!)
-1 pendrive
E estes são os residentes! Depois vêm os esporádicos:
-1 chucha
-1 copo anti-gota para água
-1 livro
-roupa (principalmente as fardas dos hospitais)
-1 carrinho em miniatura
-1 peluche
-agulhas, seringas, tampas de soro e afins
-fita adesiva
...
Eu preciso de uma nova mala...
SOCORRO!

O melhor momento do meu dia.

Após um jornada de trabalho que começou ás 8 da matina (e considerando que para estar no hospital ás 8 tenho que acordar ás 6:15!) e que se vai prolongar até à meia-noite ou até ao dia seguinte, o melhor momento do meu dia é o cafezinho após o jantar.
O café nem é grande coisa, sai de uma máquina automática que se encontram nos corredores dos hospitais, mas isso também não é o importante. O importante é aqueles minutos em que voo para longe dos hospitais e dos doentes e deixo a minha mente divagar sem rumo, com aquele líquido a aquecer-me o corpo e todos os planos que se formulam naqueles instante a aquecerem-me a alma.
Depois volto à realidade dos doentes, dos médicos , das agulhas e máquinas a apitar, dos velhos aos berros, dos bêbedos e drogados, dos banhos, dos maus cheiros, do pús, dos insultos, dos agradecimentos e também de algum (raro) reconhecimento.
É o melhor momento da minha jornada de trabalho, dá-me a força de vontade para voltar à luta com um sorriso nos lábios e uma piada na ponta da língua, com um piropo à velha resingona que se quer despachar, com uma provocação futebolística aos doentes de clubes rivais, com uma palavra de carinho às crianças e paciência para os pais...
Não, não é só um café, é muito mais que isso...

domingo, 11 de janeiro de 2009

Sobre a Morte.

Após dois posts ligados ao tema da morte, fazer um post mais profundo acerca desse mesmo temo pareceu-me o caminho a seguir. A Ana C. desafiou-me a escrever algo sobre as nossas vivências com a morte. Como é óbvio só posso pronunciar-me acerca das minhas próprias emoções e aquilo que observo nos outros.


A morte. Este é um cenário com que nos deparamos mais vezes do que o que seria esperado. Nunca hei-de esquecer a minha primeira experiência (enquanto enfermeiro) com a morte. Era aluno do primeiro ano. Nunca vou esquecer a ansiedade que me invadiu enquanto me dirigia com o enfermeiro, em direcção ao cadáver. Tocar-lhe, mexer-lhe, parecia que as mãos não me queriam obedecer. E lembro-me da frieza e da indiferença do enfermeiro enquanto realizava as suas tarefas.
Frieza, indiferença, distanciamento... todas estas palavras podem definir a maneira como abordamos (ou como parece que abordamos) a morte e o morto. Por incrível que pareça, a maioria dos profissionais não está preparado para lidar com esta vertente (bem importante por sinal) da nossa profissão. É um tema que é pouco abordado nos cursos, ou então abordado de uma forma impessoal, o que deixa ao critério de cada um a maneira como lida com ele. E aí, a nossa cultura e formação social exerce uma influência tremenda. E como é que nós, europeus judaico-cristãos vemos a morte? Como algo mau... algo a evitar.

Daí, eu acho, esta postura de frieza ou melhor, despersonalização de quem morre. Deixa de ser o Sr. ou Sra. X para ser "o corpo", "o cadáver". Exemplo:
"Já foste dar a injecção ao sr. X?" em vida passa a "Já foste tratar do cadáver?" depois da morte. A pessoa que morreu deixa automaticamente de o ser - uma pessoa, e passa a ser um corpo, só. Quantas vezes oiço a nossa secretária do serviço a explicar os procedimentos burocráticos aos familiares do utente morto: "O cadáver vai ser entregue na casa mortuária, o processo segue para a secretaria onde terão de levantar a certidão de óbito para depois levantar o corpo.". Será talvez uma técnica de defesa.
Ou seja, não há um corpo de técnicas de abordagem a estas situações, principalmente no que diz respeito ao apoio imediato aos familiares.
No que me diz respeito, e ultrapassados os preconceitos gerados pela minha própria concepção de morte, acho que se deve tratar o utente morto exactamente como se faria se ele fosse vivo. Referir-me à pessoa pelo nome, respeitar o que ela foi em vida, respeitar o sofrimento que a levou à morte, no fundo, honrar a sua história pessoal enquanto indivívuo. E não é difícil. Um cadáver, um corpo, são no fundo invólucros que contêm uma pessoa e, com ela uma história. Além disso, foi alguém que nós conhecemos, a quem demos banho (existe algo mais íntimo do que dar um banho a alguém?), a quem aliviámos as dores e tratámos das feridas. Então porque, no espaço de uns momentos essa pessoa deixa de existir? Existir no sentido mais restrito, no sentido da sua história, da sua personalidade?
Enfim, esta ligeireza com que abordamos este assunto, tão bem ilustrada nos dois posts anteriores não é, não pode ser considerada como uma falta de respeito, é antes uma maneira de diminuir a tensão que a perda de alguém acarreta, a imensa pressão de falar com os familiares, de não ter resposta para as suas perguntas, a frustração de termos falhado na nossa função de manutenção da vida, o reconhecimento da nossa própria humanidade e da nossa própria mortalidade. Serve para, à falta de melhor técnica, para garantir o nosso equilíbrio mental e emocional
Na verdade o que nos assusta não é a morte em si mesma, mas sim todo o processo de deterioração que leva à morte e o sofrimento a ele associado. Todos vamos morrer um dia. O que eu gostava, como disse alguém um dia, era... acordar morto.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Conclusão.

São 8:00h...

A minha colega acabou mesmo por precisar das etiquetas para cadáver... a minha velhota aguentou-se bem.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Conversas banais...

São 22:50...

Colega (de outro serviço): "Olha lá, se o senhor da cama X morrer esta noite, coloca-se uma etiqueta no peito, outra no pé e uma da parte de fora do saco para cadáveres não é?"

McSleepy: "Acho que não colocas nenhuma no pé...."

Colega: "Pois é! Isso é lá no outro lado. Olha, preciso então de 2 etiquetas de identificação e 1 certidão de óbito."

McSleepy: "Mas o doente já morreu?"

Colega: "Nãã... mas não passa desta noite e não tenho etiquetas."

McSleepy: "Ouve, eu só tenho aqui 2 etiquetas e 1 certidão e cheira-me que a senhora do quarto Z também vai... passar o fim de semana à terra. Pede aos cuidados intensivos."

Colega: "Sim, sim, esses fartam-se de empacotar pessoal, de certeza que têm os papeis!! Olha, obrigado e boa noite!"

McSleepy: "Bom turno"

As intermitências do trânsito.

(desculpa lá Saramago...)
Desde que tenho a minha própria casa que vivo fora de Lisboa, mais propriamente na margem sul. Para mal dos meus pecados já lá vão 7 anos (!!!) a atravessar a Ponte 25 de Abril quase todos os dias. Por isso acho que sou um mestre nessa cadeira.
Assim sendo, tenho vindo a pensar (claro que o faço nas longas horas de vida que já desperdicei preso no trânsito, na famigerada A2-sul) numa teoria que explique as variações da quantidade de trânsito que se verifica mensalmente.
Exceptuando em épocas festivas e de férias, ocorrem fenómenos interessantes no trânsito. A saber:
-a variação mensal: nos primeiros 15 dias do mês (com especial incidência no dia 1) o trânsito é interminavelmente caótico, formam-se filas logo às 6 da manhã, não se consegue andar seja qual for o itinerário, as filam mantêm-se compactas até, pelo menos ás 10 da manhã. Por outro lado, na segunda quinzena do mesmo mês nota-se um claro abrandamento nas filas, há mais espaço nas estradas e, pasme-se, demora-se até menos de metade do tempo que se demorou nos 15 dias anteriores. Nos últimos dias do mês quase não há trânsito, até ao dia 1 do mês seguinte...
Conclusões: a malta atesta o depósito no dia 1 e vai de carro até já não ter combustível e, no resto do mês vão de transportes públicos!
Então... mas compram o passe dos transportes só para meio mês??? Gastam combustível, portagens e, simultâneamente pagam o passe???
- os dias de chuva: em dias de chuva o trânsito também aumenta. Ou seja, quando tempo está mau e aumentam as hipóteses de acidente, vai de ir de carro para o trabalho!
- às 2ª e 6ª: há sempre mais trânsito ás segundas e ás sextas... vá lá perceber-se.
Tudo bem que a rede de transportes públicos é uma bosta, os horários miseráveis e vamos ali tipo sardinha enlatada, com o belo perfume Sovaque pela manhã...mas caramba, se já compramos o passe para TODO o mês porque raio é que só se vai nos transportes durante MEIO mês?! Depois falam no endividamento familiar, na crise e tal...
E quem se lixa são os desgraçados que andam de carro todo o santo ano!!!
Poooooorra...
Se elaborei alguma teoria? Está em curso e a palavra chave é... estupidez.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Porque amo esta mulher.

(sinal de mensagem no telemóvel...)

M.:
"Vou gastar dinheiro e não digas nada!

Eu:
Ok, ok...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Não percebo, juro que não percebo!!

A linguagem dos adolescentes de hoje! A quantidade de palavras adaptadas do anglosaxónico e, principalmente (e ainda pior!) do movimento rap/hip-hop americano que os nossos adolescentes usam é absolutamente aterradora!
De vez em quando lá atendo um ou outro no hospital e, sinceramente tenho de fazer um esforço muito grande para não lhes dizer na cara: QUÊ??Agora em português por favor! É que não se entende nada do que eles dizem. Obviamente que todas as gerações têm a sua linguagem própria, e claro que é salutar para a identificação com o grupo e todas essas coisas da sociologia mas, caramba, saber falar APENAS e SÓ esse dialecto que só o grupo percebe, utiliza-lo indiscriminadamente com os amigos ou com os professores e em sítios públicos como hospitais quando se estão a dirigir a um profissional?? Já para não falar dessa mania absolutamente irritante e mal-educada de tratar toda a gente por tu...
Mas enfim... o que me assusta é escutar a música que este grupo consome. Independentemente do tipo ou estilo de música. Ouço por vezes na rádio alguns temas em português de novos artistas e fico siderado com os atropelos (e assassínios!) que se fazem à língua portuguesa! Além de que as letras são pobrezinhas e vazias. Excepções à parte, de artistas que conseguem aliar com mestria a "velha língua" com todos os novos vocábulos existentes (e penso em Sam the Kid), os putos não sabem escrever.
E foi com estas ideias a bailarem-me na mente (estava preso no trânsito!) que ouço, após uma música execrável uma velha música portuguesa. E fiquei... digamos preenchido, renovando assim uma opinião que já há muito é a minha: a Língua Portuguesa é muito bonita, elegante, eloquente, rica em vocábulos que nos permitem descrever a mais indescritível das situações, a mais sublimada das emoções.
A música em questão está a seguir, deliciem-se...


domingo, 4 de janeiro de 2009

Mais uma Investigação de extrema utilidade para a blogosfera...

Tema: "dar"nos doces, uma adição extrema, poucos casos de sucesso. Porquê?
Um novo flagelo emerge na sociedade, depois do consumo de drogas, alcóol, sexo sem protecção e dos adeptos do benfica, surgem cada vez mais casos de indivíduos a "dar" nos doces.
Com principal incidência nas mulheres, este novo síndrome caracteriza-se por uma obsessão-compulsão para a ingestão de doces, dos mais variados tipos, do chocolate ás gomas. Como é largamente conhecido, o açúcar tem um efeito positivo e de reforço do humor pensando-se que a sua acção se concentra essencialmente na mediação da serotonina e das sinapses neuronais. Os cristais glicogénicos que se formas nas terminações dos axónios alteram a transmissões normais, exigindo agora uma anormal concentração de açucar no sangue para que o humor se possa processarnormalmente. A falta de açucar nestas novas terminações nervosas causa na mulher variadíssimos sintomas, a saber: irritabilidade, iracisbilidade, humor depressivo, discurso incoerente e verborreia, agressividade, diminuição da líbido e, em casos extremos, alucinações, delírios de grandeza ou de pobreza, forte compulsão para as compras e ideação homicida do companheiro/a.
De entre os atingidos por esta doença podem diferenciar-se 2 grandes grupos: os consumidores ocasionais, cujo consumo se pode delimitar em períodos de tempoem que eles repoem os níveis de açucar necessários e os consumidores avançados, cujo consumo se torna uma actividade importante nas suas actividades diárias, chegando inclusivamente a tornar-se central. Existe uma grande correlação entre o aumento do consumo e o período menstrual, ns mulheres. Estudos recentes apontam no sentido de esta correlação estar relacionada com a forte carga hormonal que se verifica nestes períodos.
No que diz respeito às substâncias utilizadas, o chocolate parece ser, ao mesmo tempo o mais consumido e o produto que causa o maior grau de adição. O grande problema com este produto centra-se na necessidade que causa no doente da procura de um produto com mais qualidade. Ocorre uma escalada por várias variedades começando em chocolates simples vendidos em qualquer café de esquina, passando depois para chocolates que se concentram mais em maiores salas de "chocochuto" (na gíria, Continentes) já de mais refinamento como são exemplo os Nestlé, Cadbury's e, mais recentemente os Merci. O passo seguinte e último é a adição ao consumo de produtos da mais alta qualidade que só se encontram em casas do meio, muito especializadas, que importa o produto refinadíssimo de alguns países como a Bélgica mas, principalmente a Suiça. Importa referir que, em doentes no último grau de consumo, os produtos de qualidade inferior não elimina os efeitos da "ressaca" anteriormente descritos, atenuando-os.
O facto de serem as mulheres (todas as faizas etárias) o grupo mais atingido estará relacionado com o funcionamento de todo o sistema limbico (do prazer) e da personalidade estar a um tal nível de complexidade e confusão que as predispõe à procura da satisfação das suas necessidades emocionais mais básicas no consumo destes produtos, uma vez que não são capazes de varbalizar essas mesmas necessidades ou fazem-no de forma perfeitamente imcompreensível para o homem, um ser pragmático por natureza. Esta complexidade, mas ao mesmo tempo infantilidade do seu sistema límbico torna praticamente impossível a recuperação da mulher afectada por este problema.
(mas porque raio continuam vocês a visitar... isto... porquê????? Preciso medicação urgente... alguém tem chocolate?)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Quê???

Li há pouco na SIC, a propósito da invasão terrestre da Faixa de Gaza pelos israelitas:

"Presidência da UE diz que ofensiva terrestre é acção defensiva."

Sou só eu ou há aqui algo que não soa lá muito bem? E sou só eu que acho que os políticos são umas bestas?

Hmmm... quer-me parecer que os palestinianos não lhes devem achar muita piada.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Eu não sou vingativo...

Como todos os profissionais de saúde que trabalham em Urgência, já fui ofendido, ameaçado e inclusivamente agredido por doentes ou familiares. Enfim, ossos do ofício! De qualquer das formas, as coisas acontecem e no turno seguinte já nem nos lembramos até porque são muitos doentes!
Certo dia fui violentamente ofendido e agredido verbalmente por um fulano já nos seus 70 anos, mas com "sangue na guelra" e com "muito para dar", palavras do próprio. Simpaticamente, chamou-me tudo menos o meu nome e não estava fácil dar a volta ao texto, tendo eu inclusivamente considerado a hipótese de chamar a polícia, uma vez que o coitado do vigilante (sim, porque segundo o próprio, não é segurança e não está aqui para "levar no pelo"!) já não sabia em que buraco se enfiar.
Avante... Lá tive que fazer "peito" para o senhor e mandar uns berros intimidatório para o senhor se retirar. Mas fiquei mesmo chateado, ofendido e irritado que o resto do turno foi difícil de engolir.
Qual é o meu espanto quando, 3 dias depois vejo o dito senhor entrar no serviço com dores abdominais, curvado e a uivar de dores. Até aí tudo bem, é só mais um doente.
Quando a médica entra na minha sala diz:
-"Enfº... tenho uma tarefa desagradável para si... eu sei que isto é a Urgência mas... importa-se de retirar fecalomas a este senhor?"
Resposta, radiante, de sorriso no rosto (o que normalmente não rima com os tais fecalomas): -"Oh Dra., terei todo o prazer em aliviar esse excelso senhor!!"
A expressão na face do doente quando me viu e se apercebeu do que estava prestes a acontecer foi absolutamente impagável e a vozinha com que me pediu "Seja meiguinho..." revelou o quanto covarde as pessoas podem ser.
Como é óbvio tratei-o como um qualquer outro doente mas confesso que senti um prazer que não é comum neste tipo de procedimento!
Como diz um colega meu: "Eu não sou vingativo, mas quem mas faz... paga-mas!"
Fecaloma: fezes duras, tipo rocha, de diferentes tamanhos que se alojam no cólon e ampola rectal impedindo o trânsito intestinal e obstruindo o cólon. São normalmente retirados manualmente, introduzindo um ou mais dedos no recto do paciente, ou através de enemas ou clísteres de limpeza (tubos de material flexível que se introduzem no cólon para introduzir um líquido que irá dissolver as compactações de fezes.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Hoje isto está calmo.

E quando assim é tenho tempo para observar as pessoas. Comportamentos, atitudes, conversas (será que isso me define como um voyeur?). Esta é uma teoria que venho a desenvolver há já algum tempo, uma vez que já observei este comportamento nos mais diversos lugares: cafés, transportes públicos, centros comerciais, salas de espera de hospitais.
Aplicando aqui a Teoria da Evolução de Darwin, parece-me que os humanos vão ter uma característica diferente daqui a uns anos. Falo do polegar hipertrofiado e hiperdesenvolvido. A velocidade, frequência e intensidade com que as pessoas escrevem SMS leva-me a concluir isso.
Concomitantemente, a capacidade da fala, da comunicação verbal vai diminuir, uma vez que cada vez mais pessoas escrevem verdadeiros guiões de novelas em conversas SMS. Um outro efeito, desta vez social, será a necessidade de um novo Acordo Ortográfico (que se passará a escrever akordo ortografiko) e, quiçá, uma construção linguística completamente diferente.
Mas, enfim, talvez isto sejam só parvoíces de alguém que não tem nada para fazer a não ser observar...

As razões...

"Portugal já não é a economia mais fraca da zona-euro!", foi assim, mas com tom triunfante que a TVI anunciou este facto.
"Finalmente ultrapassámos os gregos!", esse povo com quem sempre disputamos os últimos lugares de quase todos os rankings da Europa. "Finalmente os esforços e sacrifícios do povo português estão a dar frutos" pensei ingenuamente. Mas afinal não. O que se passa é que a Eslováquia aderiu ao euro e ficou com o último lugar!!
E eu achei fantástica esta maneira vitoriosa como foi anunciada esta notícia! Abençoada TVI!! Esta é a essência do povo português, contentamo-nos com o facto de já não ser os últimos, independentemente das razões que estão por trás disso! Na verdade, julgo que uma das grandes razões de sermos pequenos em (quase) tudo reside no facto de discutirmos as questões acessórias esquecendo (ou fazendo por esquecer) as grandes questões! Quando por vezes paro na RTP2 e vejo os debates da Assembleia da República divirto-me imenso ao constatar que eles falam, falam, falam mas não os vejo a fazer nada (vénia aqui ao Ricardo Araújo Pereira que sintetizou de forma genial o verdadeiro tuga, nesse sketch!), fazendo lembrar as discussões dos muídos: "tu é que tens a culpa!", "tu é que tens!", "não, tu é que tens" até ao infinito ou até um deles levar um tabefe dos pais!
Mas enfim, um país não vai a lado nenhum quando:
- a TVI é a televisão com mais audiências
- 60% dos deputados baldam-se ás votações da assembleia da república
- os restantes 40% estão a dormir ou a ler jornais desportivos
- 6 milhões de portugueses são do benfica
- o jornal mais lido é o "Correio da Manhã" (não são do grupo da TVI?)
- Salazar é eleito "Melhor Português de Sempre", em pleno Séc.XXI (ultrajante!)
- Na lista para essa eleição constam nomes como Cristiano Ronaldo e um fulano dos "Morangos com Açúcar"
- Se organizam manifestações de apoio à Selecção de Futebol com muitos milhares de portugueses num percurso de alguns quilómetros
- A Abstenção é o partido político com mais votantes
- Se gastam milhões a referendar uma questão que podia (devia?) ser decidida na Assembleia (falo do Aborto, obviamente)
- se impede, sem consultar ninguém (notam a incoerência?) o casamento entre duas pessoas que se amam, só porque são do mesmo género
- se deixa que autarcas que foram condenados por crimes de corrupção em liberdade e, pior, mantêm as suas funções
- onde se demoram 4 anos a terminar em mega-processo de pedofilia
- onde desaparecem crianças inglesas sem deixar rasto e nem indícios para formalizar uma condenação se consegue
- onde se mobiliza todos os meios (os que há e os que não há) para a investigação do caso Maddie e se abandonam as investigações de outros miúdos, portugueses e sem a exposição mediática dos ingleses
- onde os banqueiros enriquecem à conta dos pequenos investidores
- onde esses mesmos banqueiros fazem parte do Conselho de estado
- onde o presidente do Banco de Portugal afirma que não tem de saber o que se passa dentro dos bancos
- onde o 1º Ministro não consegue afastar as dúvidas acerca das suas habilitações académicas
...
Podia continuar, mas já era massacre!
Já não somos a economia mais fraca da zona-euro mas descansem, não deve tardar muito até recuperarmos o nosso lugar no fundo da tabela!