...que em nada são iguais! E tem sido este o meu maior desafio na orientação desses miúdos (19 e 20 anos!). Enquanto um deles é reservado, inseguro e com alguma falta de auto-estima mas, no entanto, trabalhador e aplicado, o outro é expansivo e perspicaz e trabalha muito no improviso, entendendo muito bem os sinais que recebe! Os dois propõem situações bem diferentes mas igualmente desafiadoras e a abordagem tem de ser necessariamente diferente para cada um deles.
Na verdade eu preocupo-me com eles, com os seus resultados. Em parte porque o resultado deles ao final das 8 semanas de estágio reflecte aquilo que eu fui capaz de lhes oferecer mas também porque considero que este é um estágio em que eles têm todas as condições de evoluir. Cada um deles tem um doente atribuído e é responsável pelos cuidados a esse doente, o que dá "pano para mangas" e colaboram comigo nos restantes doentes do serviço. Isso faz-me evoluir também na medida em que eles me dão uma outra visão sobre os cuidados. Porque aprendem hoje novos paradigmas e classificações, porque me fazem relembrar os conhecimentos-base que sustentam a nossa prática e porque me obrigam a ir estudar para me manter ao nível que eles exigem.
Esta coisa de ser orientador, apesar de nos oferecer algum trabalho ao qual não estamos habituados, é muito interessante de se fazer. A ideia não é sermos professores, não no sentido clássico do termo! Essa função fica para os docentes da escola. A nós cabe-nos fazer a ponte entre o teórico e o prático, a operacionalização do que vem descrito nos livros que na maior parte das vezes, não é exequível! Nós lidamos com a situação real, em que o teórico nem sempre funciona como está descrito nos manuais. Nós podemos colocar os alunos em situações problemáticas reais e eles podem lidar com todas as limitações que uma situação real nos coloca. Nós podemos colocar os alunos a pensar. Porque a Escola não nos ensina a pensar, antes a memorizar.
Que os meus alunos tenham sucesso neste estágio é o que desejo mas, mais que isso, desejo que no próximo estágio eles sejam ainda melhores graças ao que aprenderam neste!
6 comentários:
ai o drama dos enfermeiros tutores..enfim, chega a ser ridículo -.-
Joao, ser enfermeiro-orientador/tutor só é um drama quando nos preocupamos...
Se isso é ridículo fica ao critério de cada um de nós, enfermeiro e alunos.
preocupação q.b é bom;)
é com adiferença que aprendemos...
:)
Vão ser bem melhores...
Fiz estágio em SU no final do curso já, e só aí me senti verdadeiramente enfermeira..e concordo plenament com o descrito!
Um bom orientador é o que se esforça por fazer essa ponte, por fazer o aluno pensar...e que se preocupa com o seu resultado...
Parece-me que estão em boas mãos os teus alunos ...
Cara***!
Onde se lê 'enfermeira' leia-se 'EnfermeirO' ..
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