terça-feira, 25 de maio de 2010

Desconstruindo argumentos fraquinhos.

Da Naná chega esta questão, ainda relacionada com a palavra começada por "S":

"Miguel, estava eu na sanita, quando me chegou esta dúvida existencial... quando te dá uma real cag... sentas-te, certo?! Nessa altura não fazes um xixizinho?? E fazes sentado ou não fazes???!!! Isso diminui a macheza ou não??? Gostava de saber a tua posição sobre isso!...Eu só me tenho a queixar do seguinte: como trabalho nas obras, sou sempre a minoria, mas há sempre dois wc's: um masculino e outro feminino. E ainda gostava de saber porque raios os homens gostam de vir "arrear o calhau" no wc feminino... pró xixizinho a deles serve... mas pró cocózinho, é a nossa que procuram! Será que é por termos o tampo da sanita baixado e assim não dá trabalho a baixar??"
Caríssima Naná. Esse foi um argumento esgrimido também por uma amiga aquando de uma acesa discussão sobre o tema. Lamento mas o argumento é fraquinho! Fraquinho mesmo. Quando um gajo vai cagar, um gajo vai cagar e senta-se. Logicamente se a bexiga quer funcionar então que funcione! E, neste contexto de "cagar/mijar" não é um atropelo à masculinidade na medida em que a mijinha aqui é algo puramente acessório. É como tomar café e pedir um daqueles mini pastelinhos de nata. Pedir um café com um desses pastelinhos a acompanhar, tudo bem, é um complemento ao café, ao almoço que até nem era grande coisa. Já chegar a um café e dizer "Ó faxavor! É um desses mini pastelinhos de nata, pouco queimado e com canela." isoladamente não funciona e, à semelhança de mijar sentado, também diz muito acerca do homem que o faz!
Sobre essa questão de os homens do trabalho da Naná preferirem o WC feminino para aliviarem a carga, a explicação é simples. Trata-se de um momento em que o homem, aproveitando aquele momento de prazer e libertação de tensões, tenta interiorizar uma pequena parte do íntimo feminino. A disposição do espaço, a textura do papel higiénico, o odor libertado pelo ambientador escolhido, o ambiente intrinsecamente feminino que ali domina. O Homem-das-Obras, o mais directo descendente do Homem-das-Cavernas, é um ser essencialmente empírico e intuitivo. O seu raciocínio está treinado para elaborar frases simples mas carregadas de duplo sentido, tais como: "És como um helicóptero! Gira e boa!", apenas para dar um exemplo. Por isso, para esses homens satisfazer essa necessidade humana básica que é evacuar reveste-se de um sentido pedagógico quando realizada no WC feminino.
Sempre aqui para vós,
Miguel.

2 comentários:

Elisabete Martins disse...

O que me lixa a mim, que tenho 4 rapazes, não é o tampo estar para baixo ou para cima. Não! São as pintas gordas de mijo que deixam espahadas nas bordas da sanita ou melhor no adereço. Irra! Não consigo que eles deixem tudo limpo. Que porcos! Que me diz a este problemazinho, meu caro?

Naná disse...

Miguel... não era um argumento, era mesmo uma dúvida existencial!
Eu bem me parecia que os homens das obras afinal têm um lado mesmo muito sensível!...
E tenho cá para mim que a história de virem ao wc feminino também tem a ver com preguiça e praticalidades: é que aqui há sempre papel higiénico!...

Deixa que agradeça o destaque que a minha dúvida suscitou no teu blog... sinto-me honrada, pá!