quinta-feira, 30 de julho de 2009

Hapyness in a blue pill.

Este post da minha colega criativa do Blogonovelas, Melissinha, caiu bem cá dentro. Porque deu corpo a algo com o que me deparo todos os dias, mas ainda não tinha conseguido definir. A procura da felicidade nas coisas e, mais especificamente, a procura da felicidade nos fármacos. Na verdade, as pessoas procuram um comprimido milagroso que lhes resolva todos os problemas. Impressiona-me sempre a quantidade de pessoas, e cada vez mais jovens, que ingere diariamente pelo menos um ansiolítico, antidepressivo, estimulante. Como se aquele amontoado de pó prensado encerrasse em si a resolução dos problemas.

Lembro-me da cena do primeiro filme da série "Matrix" quando Morpheus oferece a Neo dois comprimidos. Um azul, que o manterá ignorante da realidade mas vivendo um sonho simples e relativamente descançado, e um outo vermelho que o acordará para a realidade, para a verdade nua e crua. Quantos de nós escolheriam o comprimido vermelho? Da minha experiência, as pessoas procuram-nos para que lhes forneçamos o comprimido azul. Aquele que vai afastar todos os problemas, que vai resolver todos os conflitos. Procuram a felicidade artificial, plástica, quimicamente induzida porque não querem ou não conseguem encarar o real. É como se quisessem flutuar por cima da vida, passar por ela ao de leve, descendo aqui e ali para umas férias na praia ou uma viagem pela Europa para logo depois voltar a um outro plano. Mas é certo que, mais cedo ou mais tarde, a vida vai atingir-nos na tromba com a força de um comboio em alta velocidade e aí... bom, aí é o fim.
Lamento não conseguir traduzir em palavras tudo o que sinto em relação a este tema. As suas variantes, as suas causas, as suas consequências. Muito simplesmente me entristece quando recebo miúdos com 20 anos que tomam antidepressivos desde os 16.

4 comentários:

Ana C. disse...

Miguel mas o blue pill não é para tristezas da virilidade masculina? Não é o viagra?
Quanto ao que dizes infelizmente assiste-se cada vez mais à terapêutica do comprimido. Muitas vezes os problemas começam em casa e conseguiriam resolver-se com um bocadinho mais de tempo e de diálogo, mas a realidade é que parece haver tempo para tudo, menos para o que é importante...

Miguel disse...

Ahhh, claro que ALGUÉM, cujas hormonas dominam neste momento, tinha que fazer referência ao viagra!! Ao menos esse dá alegria, nem que seja por uns minutos!!!

Banita disse...

Mais um post com o qual não posso deixar de concordar! Hoje as pessoas têm depressões a torto e a direito! Não arranja trabalho, lá vem a depressão, terminaram um namoro de alguns anos/meses, lá vem a depressão, o chefe tratou mal, lá vem a depressão... é deprimente, porra! Que experimentem viver a vida tal como ela é e pegá-la pelos cornos, tanto na subida como na descida e se cairem, levantem-se sozinhos!! Para quê que precisam de comprimidos??
Este assunto, deixa-me fora de mim! Acho que são todos uns maricas: eles e elas!

Sílvia disse...

A Banita disse tudo. Hoje em dia as pessoas entram em depressão pelos mais variados motivos, se realmente não enfrentam as situações é muito pior, se calhar, muitas vezes a minha vida tá um caos e era muito mais fácil desistir e ficar deprimida, mas tento encarar o melhor possivel os problemas e resolve-los, sem dramas, e principalmente sem comprimidos.

:)