O Curso de Hemodiálise está agora sensivelmente a meio. Devo embrulhar esse presente na primeira semana de Outubro.
Perguntam-me se estou a gostar. Sim, estou. É giro por muitas coisas mas cativou-me pelo meu lado mais geek! É que a máquina de diálise (ou melhor e dito de uma forma mais pretenciosa: o monitor de diálise) é uma coisa hi-tech, state of the art, tem-e-faz-tudo-só-lhe-falta-tirar-cafés, com monitor táctil cheio de menus e submenus e sub-submenus, com alarmes diferentes para cada situação e led's de várias cores que acompanham esses alarmes e onde é preciso montar um sistema de tubos de silicone que posteriormente se ligam ao doente. Podemos definir uma série de coisas e carregar em botões virtuais!! Um brinquedo caríssimo, portanto, coisa de que os homens gostam: brinquedos caríssimos e com pouca utilidade (sendo que aqui a utilidade é óbvia!). Tudo seria maravilhoso não fosse um pequeno pormenor: a máquina tem vontade própria e, pior!, uma personalidade retorcida. Lamento constatar que a máquina é uma... GAJA!! Sim, uma gaja chata e controladora!
Começa logo após carregar no botão ON. Inicia uma série de testes e mais testes e, se vamos tentando adiantar trabalho e abrimos a porta para ir montando o sistema... PÁRA TUDO!!! POING, POING, POING, e não se cala enquanto não fechamos a porta e nos afastamos dela! Como uma gaja, é a vontade dela que permanece, os timings dela, nada de adiantar trabalho que os preliminares tem que ser escrupulosamente cumpridos e se não te portas bem não levas nada daqui!!! Quando finalmente se digna a deixar-nos tocar-lhe e iniciamos a montagem dos ditos tubinhos de transporte de sangue, eis que a fulana começa a mostrar um esquemazinho colorido (mesmo à gaja...) da montagem e a descrever os passos da montagem!! EU SEI COMO SE MONTA A MERDA DO SISTEMA!!! Parece aquelas mulheres a dar indicações que ninguém lhe pediu... como no trânsito: devagar! atenção à esquerda! vai devagar! então o pisca?? É que não se aguenta!!! Depois de tudo montado pede-se (sim, pede-se e não manda-se!) à máquina para iniciar o tratamento. PLIM, PLIM, PLIM, PLIM!!!! Não arranca porque há uma portinha minúscula que nem interfere com nada de nada que não está bem fechada!!! Atenção que o problema não é estar aberta, é estar mal fechada!!! Mais um sintoma da personalidade da máquina que me faz lembrar da velha e recorrente situação homem-mulher que ocorre com o tampo da sanita levantado...
Mas o pior defeito é ser controladora. Como uma namorada ciumenta ou uma mulher obcecada, controla tudo o que se passa. Estabelece limites rígidos para tudo desde o tempo de tratamento, temperatura e pressões e só nos dá uma pequena margem de manobra. Qualquer prevaricação da nossa parte é devidamente sancionada com o respectivo alarme. E que alarme!! É alto e incomodativo, como uma mulher a cacarejar e a barafustar connosco só porque queremos ver o jogo ou estar um bocadinho a navegar na internet!! E, mais uma coisa que a equipara ao sexo feminino, é que da mesma forma que deixamos de ouvir as queixas da mulher, também o alarme se torna inaudível ao final de algum tempo!
No meio de tudo isto, há uma coisa que me melindra: como é que há mulheres a trabalhar com esta máquina infernal? É que, já se sabe, gaja controladora com gaja que quer controlar.... FOSGA-SE!!
6 comentários:
Pois caro Michael Nurse, fala tudo o que quiseres, é retorcida, manienta, mandona, hormonal, mas o que é certo é que é UMA GAJA que salva vidas por aí na hemodiálise :)
Ana... Ela PENSA que salva vidas... mas na verdade apenas decide o acessório porque o principal é gerido por nós!! Mais uma característica das mulheres... eh, eh, eh...
Miguel na, na, na. Vocês não salvariam vidas sem ela e ela não salvaria vidas sem vocês. É universal: Não podemos viver com elas/eles, não podemos viver sem elas/eles.
loooooolllll
lololol...genial...
Muito engraçado!!Continua assim divertido , os teus doentes vão sentir toda essa tua energia e energia positiva sem duvida que ajuda.
Beijinhos "Leitora"
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