Às 7:30h de hoje já levava cerca de uma hora de corrida. Se no início da corrida era ainda noite junto à Baía do Seixal (óptimo spot para correr!) e esporádicos os carros e pessoas que se viam na rua, perto do final do treino já a zona fervilhava de movimento. E digo fervilhava porque foi essa a sensação que tive, enquanto corria ligeiro e fresco junto ao rio e observava o movimento à minha volta. E, facto curioso, embora fosse eu que corresse não era eu o mais acelerado! Enquanto corria mais rápido do que todos naquele largo passeio e ia ultrapassando mulheres de salto alto e fato "executivo", homens de fato e gravata, mulheres arrastando os seus filhos, pessoas a escreverem furiosamente SMS ou berrando já ao telemóvel não pude deixar de sentir que, na verdade era eu que ia mais lento.
Nas paragens do autocarro só via semblantes fechados, zangados, vazios. Pessoas andando para trás e para a frente, abanando uma perna, olhando de esguelha para o companheiro do lado, denunciando assim a sua pressa, a sua impaciência. E olhavam para mim, com o olhar carregado de um sentimento de quase ofensa pela minha passagem. E eu seguia, leve e feliz, com o cheiro do rio comigo, com a mistura entre o fresco da brisa da manhã e o quente dos primeiros raios de sol que despontavam, com a música nos ouvidos que me isolava quase hermeticamente do resto do mundo. Quase numa outra dimensão.
2 comentários:
Gosto de me sentir assim, isolada dos carrancudos e apressados destes tempos. Um dia faço disso o meu dia-a-dia (outra vez).
conheço bem a sensaçao nurse;)
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