sexta-feira, 30 de julho de 2010

Uma visão romântica e talvez um pouco ingénua do que eu faria se fosse estratosféricamente rico.

Voltei esta semana ao trabalho. Na segunda para ser mais exacto. E, uma vez mais, confirmei aquilo que já tinha sentido quando passei 5 meses em casa após o nascimento do Gabriel: eu não gosto de trabalhar! Aliás, considero que o trabalho é uma enormíssima perda de tempo de vida apenas justificado pelo incompreensível facto que, sem ele, o trabalho, é impossível viver a vida! E isso é uma tremenda injustiça para quem gosta de viver. Neste mês que passei com a família renovei a minha já forte convicção de que seria muitíssimo feliz se fosse o único vencedor de um jackpot do Euromilhões! O dinheiro pode não trazer per se a felicidade mas, caramba!, que dá uma ajuda do caraças, lá isso deve dar!
Quando afirmei isto mesmo perante um colega de trabalho a resposta foi: "Eu gosto de trabalhar. Não imagino a vida sem trabalhar!". E esta é uma opinião mais recorrente do que eu esperava. Mas porque raios há-de alguém de gostar de cumprir uma rotina "acordar ás 6h-estar no trabalho das 9 ás 17-perder tempo no trânsito e nos transportes-prepara o jantar dos miúdos, banhos e afins-ver mais um episódio da novela-dormir- acordar ás 6"? E aquelas que afirmam que seriam vencidas pelo tédio? Na minha opinião: sadomasoquistas e curtos de vista!!!
Mas haverá coisa melhor que acordar de manhã (mais cedo ou mais tarde), tomar um bom pequeno almoço com a família e depois encarar o dia como algo inacabado e sempre possível de mudar a qualquer momento? E viajar? Eu vejo todo o tempo livre proporcionado pela imensa riqueza como um pretexto para viajar, conhecer o mundo, Viver! E talvez uma vida só não chegue para conhecer todo o mundo, quanto mais apenas um mês por ano! Acordar em Lisboa e ir almoçar a Paris, Londres, Roma, Barcelona... só porque nos apetece! Ou então, perseguir o Verão! Seria verão o ano todo! Mesmo que tivesse uma ocupação profissional qualquer, nunca seria algo convencional, com horários, reuniões, telefones a tocar o tempo todo. Dar a cara a alguma fundação ou coisa do género!
Não é que eu valorize o dinheiro por si mesmo, pelo contrário, nem sequer sou muito "agarrado" ao dinheiro! Mas o certo é que o dinheiro nos proporciona oportunidades para viver novas experiências. E, afinal, o que se leva desta breve passagem pela vida? As casas ficam cá, os carros também, as quintas, as propriedades, as jóias, as obras de arte, tudo isso fica cá! Tudo isso pode e é eventualmente transaccionado! Mas as experiências, as memórias, as emoções, as alegrias, os risos dos putos junto à piscina ou num iate ao largo de uma ilha no pacífico enquanto saltam para a água, as emoções causadas pelas obras de arte espalhadas pelo mundo, pelos castelos da Europa, pelas cidades perdidas na América do Sul, pelo deserto em África, pela neve no Norte. Tudo aquilo que é indefinível por palavras e a que temos acesso apenas pelas revistas de viagens. Tudo isso fica connosco e define-nos como pessoas. Tudo isso é a verdadeira riqueza. Não desejo grandes mansões e super-carros, não gostava de ser rico dessa maneira. Mas gostava de ter dinheiro para encher o cofre de emoções!
O que vale é que, a partir de amanhã, estou de féria outra vez!

domingo, 25 de julho de 2010

A Vida não é Justa.

Amanhã o David faz (já!) um mês de vida. Amanhã regresso ao trabalho. A vida não é justa, de facto! Mas hoje foi um dos dias mais divertidos que vivi nestes dias de licença de paternidade: acordámos cedinho (como sempre, aliás!) e tomámos juntos o pequeno almoço, saímos ainda pela fresca e fomos visitar o Museu da Electricidade e o Gabriel adorou ver toda a maquinaria e fazer as experiências propostas pelo Museu para descobrir e entender a electricidade! Eu e a Mariana conversámos acerca da beleza do edifício (antiga Central do Tejo) e deliciámo-nos com as fotos, aqueles pedaços de história plenos de beleza. Passeámos um pouco junto ao rio Tejo. Depois, fomos ao brunch no Magnólia Caffé e enchemos a pança! Depois do almoço regressámos a casa e eu fiquei de mau-humor porque não dormi a sesta como deve ser (somos três crianças cá em casa!) mas acabámos o dia enfiados na piscina, eu o Gabi e a Mariana, com o David a dormir na sombrinha do nosso jardim. Apanhei sol enquanto lia "As Cinzas de Ângela".
Depois de um dia destes não devia ser permitido voltar ao trabalho! Nem amanhã nem durante os próximos 3 meses!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

E não fazem sentido um sem o outro...

Era uma dúvida que insistia em aparecer assim, do nada e sem razão nenhuma: quando o David nascer qual vai ser a minha relação com ele? Será a mesma que tenho com o Gabriel? Será mais ou menos intensa? Haverá diferença entre os dois? Algumas pessoas acharam que estas eram dúvidas no mínimo estúpidas e outras pareceram quase ofendidas com a ideia que se pode diferenciar um filho do outro! Para meu espanto, a minha mãe confessou-me um dia que sentiu as mesmas dúvidas quando o meu irmão nasceu (somos dois, eu sou o mais velho). Bom, a resposta é: sim e não!
Sim porque o meu sentimento, ou melhor, a intensidade dos meus sentimentos é a mesma quer se trate do Gabriel e do David. Obviamente, o David é ainda demasiado pequeno mas o amor que sinto por ele está perfeitamente identificado e é exactamente o mesmo que sentia pelo Gabriel quando ele nasceu! Mas, ao mesmo tempo, diferente! É difícil de encontrar palavras para definir isto (e talvez os pais com mais de um filho me possam ajudar nisto!) mas o certo é que, sendo igualmente intenso e presente o amor, a ternura, a afeição que sinto pelos meus filhos, o certo é que a "mistura de sentimentos" (chamemos-lhe isso!) é diferente. É como se comparássemos dois gelados, daqueles com muitos ingredientes todos misturados, da Olá! São os dois igualmente deliciosos mas com sabores diferentes! Tanto retiramos prazer de um e de outro e acabamos sempre por comer uma colherada de um e de outro!! E sim, acabei de comparar os meus filhos com gelados!!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Da Plenitude.

No último domingo resolvemos fazer um programa diferente e aproveitar o facto que aos domingos, até às 14h, todos os Museus Nacionais têm entrada gratuita (quem dá informações porreiras, quem é?) e fomos visitar o Museu dos Coches. Bem giro com montes de "carros dos príncipes e das princesas" como disse o Gabriel. Visita feita, estávamos confortavelmente sentados numa sombra nos Jardins de Belém, o David dormindo placidamente no seu carrinho e o Gabriel roendo uma maça enquanto observava os pombos que por ali andavam, estudando a melhor táctica para agarrar uma deles. Comíamos todos a respectiva maça em silêncio e eu observava a minha família, recém-aumentada. Pensamentos soltos, divagações vagas e dispersas e eis que um pensamento me foge pela garganta:
-Estou cheio de filhos! - exclamo em voz alta para logo me aperceber que, de facto, não eram estas as melhores palavras para traduzir os meus sentimentos.
- Desculpa? - pergunta a Mariana um pouco surpresa com aquela exclamação - Mas ainda agora nasceu o David e já estás assim?
- O que quero dizer é que estou "enfartado" de filhos! - disse agora em tom de brincadeira. - Na verdade sinto que esta família está completa agora!
Analisando agora o que realmente senti naquele momento, na sombra de uma árvore num lindo jardim sob a lindíssima luz de Lisboa (haverá luz mais bela do que a de Lisboa na Europa?), olhando os meus filhos, um dormindo em paz e o outro perseguindo os pombos e desprendendo o riso ao vê-los fugir e ao lado da minha lindíssima e calma mulher, o que senti foi a Plenitude. Senti que a nossa família está agora completa, que ela não faria sentido sem o David e que estávamos preparados todos para o receber. Foi só um breve momento, mas muito, muito intenso!
PS: o David está muito bem, obrigado! Engorda 400 g por semana e dorme muito bem, de dia e de noite (se acreditasse em Deus agradecer-lhe-ia neste momento!). O Gabriel está cada vez mais crescido, mais perspicaz, mais teimoso! Não o queria de nenhuma outra maneira! O pais estão babados.)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Atenção: este é, temporariamente, um babyblog!

Poderia parecer óbvio que o David seria agora o tema principal de escrita aqui no blog. Tudo bem, ele é calminho, dá boas noites, mama bem, aumentou de peso e é lindo. Mas, com a Mariana mais dedicada a ele, por razões óbvias, eu desenvolvi um novo nível de relação com o Gabriel e é sobre ele que me apetece escrever!
O tempo que passamos juntos juntos tem vindo a dar-me a oportunidade de conhecer ainda melhor o meu filho. E apercebo-me de novos traços de personalidade que se revelam. E ainda, se muitos acham que somos fisicamente parecidos eu revejo-me em muitas das atitudes do meu primogénito. Para quem acredita nessas coisas da astrologia, somos os dois Carneiro. Teimosos, orgulhosos, competitivos. E estas são as três principais características que o Gabriel me revela todos os dias. E, não me interpretem mal, enche-me de orgulho que ele seja perseverante mas preocupa-me qual o ângulo da minha abordagem perante isso. Por exemplo, a competição. Já aqui revelei que o Gabriel gosta de correr. Neste momento, para além de gostar da corrida, ele gosta de ganhar a corrida! E fica muito frustrado quando perde. Muito mesmo! E estamos a falar de um menino que é filho de alguém que não gostava de perder, nem a feijões, alguém que partiu raquetes de ténis, tacos de bilhar, que se envolveu fisicamente com adversários... por isso essa nem sequer é uma característica que me surpreenda. Um amigo meu, ao assistir a uma disputa entre os nossos filhos e depois do Gabriel ter chorado por não ter atingido o seu objectivo, afirmou: "És mesmo filho do teu pai!". Mas essas caracteristicas trouxeram-me alguns dissabores em diversas situações e gostava que elas fossem "polidas" no caso do Gabriel. É teimoso o rapaz e as palmadas não resultam, muito pelo contrário! É preferível usar o método do "castigo cronometrado": fica sentado numa pequena cadeira na sala durante um ou dois minutos a pensar nas suas atitudes. Na verdade, é apenas um estratagema para ele respirar e acalmar para que possa depois perceber o que estava errado na sua atitude! Ele não é muito de birras mas, caramba!, quando elas saem...! E depois é orgulhoso o suficiente para, após o seu "tempo de pausa" vir conversar connosco acerca do castigo que acabou de merecer!
Por outro lado, existe um lado muito bom nesta teimosia e orgulho! Gosta de fazer bem! Um desenho pode sempre ser alvo de melhoramento, gosta de aprender palavras novas e usa-as no contexto correcto e repete a nova palavra as vezes que forem necessárias para que a diga correctamente! Não se importa de ser corrigido, gosta de conversar com adultos. Tudo isto faz com que ele tenha um discurso bastante mais evoluído que a maioria dos miúdos da sua idade. A nível físico está muito bem desenvolvido porque, lá está, gosta de competir, de aprender, de correr mais rápido, saltar mais alto, de fazer mais. Hoje perdeu o medo de mergulhar a cabeça na água da piscina e, depois do primeiro "pirolito" quis tentar mais, uma e outra vez!
Ele é um Carneiro, teimoso, orgulhoso, competitivo com tudo o que de bom e menos bom que isso acarreta e cabe-me a mim, Pai, dirigir essas características para que ele possa ser um Homem melhor, no futuro. De resto, o meu filho mais velho enche-me de orgulho!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Mais ou menos como a mãe do filho do CR7/9...


...o David também deseja permanecer no anonimato.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

E agora vocês exclamam: "E eu com isso?!?!"

Uma amiga comenta no meu facebook: "mas como consegues tu correr 10 km com um recém-nascido em casa?". A resposta vem em várias alíneas:
a) porque o David é sossegado e (por enquanto!) dá boas noites.
b) porque a minha mulher é uma santa que só me acorda durante a noite se precisar de ajuda.
c) porque tenho o sono de um calhau transmontano, só acordo ao abanão.
d) porque posso.
mas, acima de todas as outras...
e) porque PRECISO!!!
As cabras das endorfinas dão cabo de mim se não for correr! Cortam-me toda a energia e vontade de me mexer e obrigam-me a percorrer as ruas da vila onde vivo até ter acumulado os tais 10 km para me devolverem o bom-humor!
E é isto.
Agora vou ali cair morto.