terça-feira, 6 de novembro de 2012

Rato da Cidade

Definitivamente sou um rato de cidade. Gosto das cidades, do movimento, dos carros, das pessoas na rua, das pequenas lojas ao pé de casa e da zona histórica das cidades. De todas! Em Portugal não tinha hipótese de morar no centro de Lisboa por muito que isso fosse um sonho e que cedo deixei de alimentar.
Mesmo antes de mudar-mos para aqui ficou estabelecido que iríamos tentar estabelecer-nos na cidade. É mais caro? É pois. Mas é a única desvantagem. Adoro sair de casa e ter tudo ao pé, sem ser preciso ir de carro. Aqui 15 minutos são 15 minutos. Desde que saio de casa até que chego ao destino. Antes, os 15 minutos não incluíam o tempo de chegar ao carro na partida e encontrar estacionamento na chegada. Aliás, aqui quase não sinto necessidade de ter carro (que não tenho) a não ser para eventuais passeios mais longos para fora da cidade. Portanto, para ir trabalhar vou a pé (10 minutos), para a escola dos miúdos são 5 minutos a penantes, as compras é só descer á rua e já está. Autocarros que chegam a cada 7 minutos sem atrasos e metro para a "baixa" cada 5 minutos. Querem melhor que isso? É fantástico e super confortável. E para além disso, nada dos gastos associados a ser proprietário de uma automóvel! Aliás, eu até tenho carro. O programa chama-se "Mobility", uma espécie de aluguer de automóveis "low-cost". Os carros estão espalhados por toda a cidade (aliás por todo o País) devidamente identificados e em lugares de estacionamento reservados e é só encontrar o carro disponível mais próximo e reservar das "X" ás "Y" horas. À hora marcada é só ir buscar a viatura (que se abre através de um chip instalado no carro que reconhece o cartão do cliente) e arrancar. Paga-se o tempo e a distância e não há cá preocupações com combustível, manutenção e seguros. É excelente.
Mas acima de tudo gosto da vida das cidades. Das pessoas a entrar e a sair dos edifícios, dos cheiros dos restaurantes e dos fast-food, das pessoas nas esplanadas quando está sol (isso aqui não é só no verão, é todo o ano porque o sol é um bem escasso por aqui), das músicas exóticas dos artistas de rua, das cores das montras decoradas, das pequenas ruas calcetadas onde não passam carros, dos monumentos e dos jardins. Ao contrário do que sentia em Portugal, onde me deslocava enfiado no carro, casa-trabalho, trabalho-casa, aqui cada trajecto é diferente porque o ambiente nunca é o mesmo. Mudam as pessoas no autocarro, mudam os cheiros e mudam os sons da rua, mudam os passeios porque mudam os transeuntes e mudas as cores porque mudam as decorações das lojas e os cartazes das ruas.
O campo pode ser bom  para descansar mas para viver, para viver eu prefiro a cidade!