quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vazios vários.

Quando me perguntam como estou não sei o que responder. Não estou bem, não posso estar mas também não estou destroçado de dor e mágoa. Aliás, confesso que me sinto um pouco culpado por não estar completamente dilacerado pela dor. Se chorei? Compulsivamente. Mas só em alguns momentos bem precisos: quando tomei consciência que tínhamos perdido a guerra, quando expliquei isso mesmo ao meu pai e quando tive de me despedir da minha mãe. Depois só senti o vazio. E pela primeira vez desde que me lembro de saber escrever que me sinto vazio de palavras, e que palavras como vazio, perda, dor e saudade ganham toda uma nova dimensão.
Contudo tenho em mim a certeza que a minha mãe vive ainda através das minhas memórias, das memórias colectivas da nossa família e da energia que encontro em todos os seus sorrisos em todas as suas fotos e dentro da sua casa e das coisas que lhe eram queridas. Frustra-me a sua falta mas sigo em frente como sei que seria o seu desejo.
 
 
 

16 comentários:

Melissa disse...

Melhora com o tempo, Miguel. Abraço grande.

garfildita disse...

sinto muito miguel, por si.
beijinhos e um dia após o outro:)*

Helena Barreta disse...

Lamento a sua perda.

Um abraço apertado para si e para o seu pai.

Sílvia disse...

Nada do que eu possa dizer melhora, mas o tempo ajuda.

Um beijinho para ti e para toda a família.

Ana. disse...

Um abraço apertado, Miguel...
Não sei dizer mais nada.

Anónimo disse...

um beijinho...

Naná disse...

Miguel, há perdas que são inevitáveis...e nunca há palavras suficientes que preencham os vazios vários.

E é mesmo seguindo em frente que a poderás honrar e recordar.

Como a Melissinha diz, com o tempo melhora!

Paulinha disse...

É um momento difícil, mas o tempo apazigua. Um abraço para si e para o seu pai.

gralha disse...

Um abraço grande, Miguel. Não deve ser nada fácil estar longe nesta altura mas espero que os teus rapazes e a M. te encham de mimo.

sofia disse...

Sinto muito...
Gostava de dizer que atenua com o tempo, mas ainda vai levar tempo a que isso aconteça
Força.

Ana C. disse...

Nós nascemos cheios e felizes. Depois a vida encarrega-se de nos ir deixando espaços vazios...
O que vale é que também vamos preenchendo outros tantos espaços com coisas importantes, mas nada de julgarmos que vamos conseguir preencher aqueles vazios solenes com substitutos. Aceitemos que eles ficarão lá. Mas essa aceitação leva tempo.
Muita força, Miguel.

Rainha disse...

Lamento muito. A dor demora a passar mas acaba por se converter em saudade. Um abraço.

Carla Santos Alves disse...

...nao sei o que diga...nunca sei nestes momentos.

Beijinho.Calma...

Dani disse...

Com o passar do tempo ficam as boas recordações. Um abraço

Manuela disse...

A dor não passa Miguel, mas aprendemos a vivê-la de forma diferente. Também perdi a minha Mãe com um cancro, a duas semanas de nascer o mue filho do meio. Um sentimento confuso, a dor de perder a Mãe e a alegria de quem espera um filho. Um beijinho muito grande para ti Miguel.

Sandra disse...

Ficar a olhar as suas palavras e não ter forma de responder sem cair em frases feitas, lugares comuns. Força e coragem para os dias mais tristes e saudosos.