quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Uma é loira outra é morena.*

A loira.
Ora, a loira é a minha preferida. Não porque é loira (o que não faltam por aqui são loiras!) mas porque é simpática e meiga. Mas também é lenta de raciocínio. E tem um sentido de orientação de uma mosca. Chamemos-lhe Floribela. A Floribela nunca percebe uma explicação à primeira e, quando diz que percebe das duas uma: ou diz que percebe mas a sua cara diz exactamente o contrário ou então percebeu mas tudo ao contrário. Coisas que deviam ser claras e adquiridas para alguém que é formando numa especialização em Urgência não o são e, por muito que os nossos formadores insistam em que "não há perguntas estúpidas", o facto é que a Floribela raramente formula uma questão pertinente. Depois, apesar de lhe termos explicado um qualquer assunto por 5 vezes e durante 1 hora, no dia seguinte ela já está outra vez confusa. Aliás, confusa deve ser o adjectivo que melhor se lhe adequa. É certo que o Hospital de Genebra é imenso mas esta miúda é capaz de se perder dentro de uma cabina telefónica! Mas pronto, até simpatizo com ela coitada, apesar de provavelmente as suas células cerebrais embrionárias se terem perdido algures no processo de mitose e duplicação.
A morena.
Bem, esta é uma caso bicudo. Desde que a conheci no serviço que sempre houve alguma coisa nela que me incomodou. Pensei que talvez fossem os seus modos bruscos e cheios de cagança, aquela imensa "certeza no cagar" que algumas pessoas possuem. A resposta sempre pronta e sem qualquer tipo de dúvidas, o discurso fleumático e autoritário, a agressividade latente. Mas não. O que me incomoda na fulana são as IMENSAS verrugas, bem inchadas e castanhas que a tipa apresenta na bochecha direita e bem no meio da testa. Faz-me lembrar a Madame Mim e, na verdade acho que a imagem de bruxa má lhe assenta muito bem. Lá no fundo a Madame Mim é um bocado insegura e precisa de carinho e tal mas, com aquelas verrugas plantadas na fronha é capaz de ser complicado porque um gajo mesmo que feche os olhos aquilo são proeminências capazes de magoar!
E pronto, apresento-vos as minhas colegas de especialização.
 
*Ou "Uma Crónica de um Homem sem Sorte Nenhuma"

1 comentário:

Sara Gaspar disse...

Simplesmente parto-me a rir quando escreve desta forma. Admito que já tinha saudades de ler algumas coisas aqui. Boa sorte com a especialidade