quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A cabeça em água.

Quem segue este blog assiduamente (bem-hajam por isso!) facilmente percebe que as coisas no "mundo real" não estão lá muito radiantes.
Desde o início deste ano que retomei uma actividade que sempre gostei muito: a natação. Não sou um profissional nem sequer alguma vez tive aulas. Contudo, "safo-me" bem dentro de água! Originalmente tomei esta decisão por razões óbvias: o físico! Não é que estivesse gordo, felizmente tenho um óptimo metabolismo, mas porque me sentia em baixo de forma, cansaço fácil, respiração ofegante ao subir meia dúzia de escadas. E notei isso com o aumento das exigências do meu filhote, agora com quase dois anos!!! E assim foi.
Hoje, aquela hora que passo na piscina revela-se muito mais que simples exercício físico. Na verdade, considero aquela vulgar hora do meu dia como uma terapia para serenar os meus ânimos mais exaltados, a tempestade mental que vigora, já à alguns dias, no meu cérebro, a minha impaciência face aos outros, a minha irascibilidade, a minha falta de vontade. Aquele é tempo onde só estou eu... comigo. Aparentemente, a água limpa a minha cabeça de tudo, o bom e o mau. Sou só um corpo na água. A minha mente está apenas e só concentrada em controlar a respiração, controlar e melhorar cada movimento de braços, corrigir a posição das pernas, a intensidade das braçadas, o momento em que mudo de direcção. É ela que me incentiva a percorrer mais uma piscina quando os braços já latejam de cansaço, quando engulo um "pirolito", quando o oxigénio me foge. É comum dar por mim a pensar em... nada.
Sinto a falta desse vazio mental, dessa hora vazia, quando o trabalho não me permite. Aquela é uma hora só minha. Nem do trabalho, nem da companheira, nem do filho, nem do blog, nem do cão, nem das contas para pagar, nem dos projectos futuros que estão em stand-by, nem dos doentes, nem do arranjo que o carro precisa, nem dos pais, nem dos sogros. Nada, ninguém, só eu... e a água!
Por incrível que pareça, hoje estou mais disponível, mais desperto, menos irritável e irritado. Não estou cansado. E isso melhorou muita coisa. Tenho mais disponibilidade emocional para o meu filho (que merece que eu esteja sempre no meu melhor) e para a M. (que merece que eu lhe dê o apoio que ela precisa e merece, nestes tempos conturbados) porque, no final, são eles que importam. E depois, também estou mais magro, menos barriguinha, músculos mais tonificados e isso, caros amigos, faz toda a diferença!

5 comentários:

S* disse...

O exercicio fisico faz maravilhas não so corpo mas tambem à mente. :)Sou um bocado preguiçosa, mas se nao faço exercicio durante uns dias começo a notar-me mais cansada, mais pesada (e nao estou a falar de peso).

Tens um mimo no meu blog.

Espero que aceites. :)

Ana C. disse...

Não imaginas a falta que sinto de momentos assim, em que simplesmente despejava o cérebro de tudo, sem ter que falar, raciocinar, pensar em mais nada a não ser naquele silêncio interior que me acalmava. Há quem não saiba estar sozinho, pois eu sinto muita falta dessa hora por dia de que falas...

Joanissima disse...

Eu, por causa da garota, não tenho grandes hipoteses de me "pirar" para esses momentos. Por isso, vingo-me ao Sábado... Deixo-a com o Brad e lá vou eu para uma corridinha de 6 km.

Banita disse...

Eu também sinto falta dessa hora vazia, mas aqui... não há NADA onde eu possa esvaziar a mente.
Quando sair daqui, vou fazer qualquer coisa pelo meu físico e pela minha mente! Não que precise de eliminar gordurinhas, mas tonificar músculos, isso faz sempre falta!
beijinhos

Anónimo disse...

Eu também adoro nadar e sempre que posso vou dar umas braçadas, por isso compreendo bem a sensação. Sinto-me logo mais leve. :-)