sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Não há cá cantigas!

Esclareçamos já uma coisa: para mim a música é um assunto muito sério. Isso de "gostar de tudo o que passa na rádio" é coisa que me encanita. Isso e "ah, adoro esta música mas não sei quem canta". Pois eu, se gosto, se mexe comigo, se me atrai, se me faz abanar o corpinho vou procurar quem canta, quem escreveu, quando e onde. Gosto de saber o que diz o artista, o autor, conhecer as letras e saber em que contexto em que a música foi escrita, o ano, o enquadramento social, em que momento da vida do autor. Gosto de ouvir a música varias vezes e descobrir as suas variadas camadas: a letra e os riffs de guitarra primeiro e depois dar mais atenção á bateria e ao baixo, escutar com atenção aquela teclas bem lá ao fundo e sentir tudo isso cá dentro: a guitarra a enfiar-se na pele, a voz a entrar pelos olhos dentro e o baixo mais a bateria (oh, a bateria!) bem nas visceras! Oiço e tento compreender os Mestres, os clássicos: The Beatles cuja obra é tão mais vasta e interessante que simplesmente o "Yesterday", Led Zeppelin que são tão mais que "Stairway to Heaven", The Ramones, tão técnicamente básicos mas simplesmente geniais, os Queen, que praticamente criaram o pop-rock. Toda esta gente escreveu a história, a nossa história, o que ouvimos hoje aparece por causa destes senhores! Mais recentemente os Nirvana que mudaram a indústria músical nos anos 90, os Pixies pioneiros do indie-rock, os The Cure com a sua melancolia romântica e até os Guns n'Roses com um primeiro album fabuloso. Por isso não deixo de sentir pena quando olho para o vazio que se vende hoje, artistas todos iguais, mensagens sem conteúdo, sexualização gratuita mas inócua, o endeusamento dos cretinos. Enfim... 
Lá em casa a educação musical é uma prioridade, os meus filhos ouvem os clássicos e (o pouco) que se faz de genuíno hoje em dia. Mostro-lhes quem são as pessoas por detrás dos instrumentos e tento que eles sintam a música como eu a sinto. Se eles vão crescer e ouvir a mesma música que eu? Talvez não mas se a sentirem, a música, como eu a sinto já ficarei feliz! 

 PS: era para aqui falar dos 3 grupos que mais abomino no panorama musical actual mas tratam-se de bandas que enchem estádios por onde passam e há pelo menos uma amiga que segue este blog que é fã de duas dessas bandas... fica para a próxima!

3 comentários:

gralha disse...

Diz lá, diz lá, diz lá.

Carla Santos Alves disse...

Podia ter sido eu a escrever este post...vai espreitar o meu blogue...:)

Pedro M. disse...

Falta o habitual "não tenho nenhum estilo preferido, oiço de tudo um pouco" - frase típica de quem nem conhece o geral nem o particular, sequer :P