Quando é que nasce? Hoje à noite, de madrugada amanhã, depois, para a semana. Quem sabe? Apenas ele. Por mim, já ontem era tarde! É estranho como pode alguém ansiar por uma mudança tão drástica na sua rotina. Quer queiremos, quer não, o certo é que hoje o Gabriel é bastante independente no que diz respeito à comida, já não usa fralda, pode ou não dormir a sesta, pode ficar a brincar no quarto ou na sala enquanto nós fazemos outra coisa qualquer, expressa-se muito bem, dorme toda a noite e é um companheirão! Com ele já não temos as amarras dos sonos, das papas, dos banhos, dos leites. Já não temos a preocupação extrema com a mala do bebé, os peluches, as chupetas, as fraldas será que chegam?, a roupinha para mudar se ele se sujar, estará mais frio?, mais quente?, e onde vamos comer?. As noites vão passar a ser intervaladas por choro de fome, de frio, de cólicas. O dia vai ser pautado pela rotina do bebé, os sonos, o biberão, o banho, as fraldas. Vamos estar todos muito mais limitados! Eu, que continuo a gostar de dormir e fico rabugento após noites más, vou levantar-me contra a vontade e vou acordar a levar cotoveladas acompanhadas de um "é a tua vez" e vou virar-me para o lado na esperança que ela se levante. Não vou ser bem sucedido. Vou ter menos tempo para o blog, o facebook, as corridas e os treinos. Vou regressar a casa cheio de pressa.
E, apesar de tudo isto, das noites más e da falta de tempo, do cansaço e da rabugice, de ter de abdicar de algum (muito!) do tempo que dedico aos meus guilty pleasures (como o blog, o facebook e as séries de tv!), mal posso esperar que o David nasça. Porque este nome, David, é por enquanto algo etéreo, intangível, e só fará sentido quando o vir pela primeira vez. Quando abracei o Gabriel pela primeira vez, aquele nome ganhou um corpo, uma dimensão e pensei: "Tu és o Gabriel e mais nenhum nome te ficaria bem." Porque quero pegar nele e sentir a sua pele, o seu cheiro-de-bebé. Quero olhar para ele e sentir-me pleno. Os meus filhos fazem-me sentir isso, a plenitude. Quero observar a reacção do Gabi à chegada do irmão, que ele aguarda com curiosidade. Quero assistir ao desenvolvimento da relação deles, enquanto irmãos. Quero adormecer, no sofá, com o Gabriel ao meu lado e o David no meu peito...
Na verdade, os filhos são uma espécie de medicamento contra a esquizofrenia porque transformam a nossa realidade em algo melhor! Por isso eu peço: filhote, vê se te despachas a nascer porque o papá está ansioso sim?
3 comentários:
Espero que tudo corra bem! E se nascer na 2ª-feira ainda melhor... :D
É de facto uma grande e aparente contradição, desejarmos tão intensamente um pequeno ser que vai virar as nossas vidas de pernas para o ar e amarmos esse pequeno ser exactamente na mesma proporção do cansaço que ele nos vai suscitar :)
A Alice modificou-se com o nascimento do irmão, vamos ver como o Gabriel reage.
Toda a sorte do mundo para vocês, pode ser que nasça amanhã durante o jogo ;)
Seja quando for que corra tudo bem :)
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