quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Do outro lado da agulha!

Eu ganho a vidinha a enfiar agulhas no rabo de perfeitos desconhecidos. E apanho com montes de mariquinhas que têm "fobia" das picas, medo incontrolável, terror, pavor. Mas também apanho com malta a quem uma pica é apenas isso: uma pica! Apanho também mooontes de pessoas que me perguntam se eu tenho "mão leve". "Mão leve" era, até hoje, um conceito estranho para mim. Afinal, o acto de enfiar uma agulha no glúteo de um outro ser humano é tão simples como isso! É pegar na agulha e, com um movimento rápido, contínuo e seco, espetar essa agulha numa determinada zona da nádega do doente! E depois as opiniões dividem-se: há quem diga que tenho "mão leve" e há quem me apelide de bruto da pior espécie! Mas com isso vivo eu bem. Afinal se o enfermeiro é o mesmo, a agulha é sempre igual e a técnica é solidamente sempre a mesma, aqui o problema prende-se com a única variável da equação: o doente! Cá está, matematicamente provado, o problema é sempre do doente! Como confirmar então a teoria que existem enfermeiros "mão leve" e "enfermeiros-brutos"?
Desde há uns dias (6 dias para ser exacto) que ando a levar uma injecção diária para tratar uma tendinite, consequência das corridas. Caramba! É mesmo verdade! Nota-se diferença entre quem administra a injecção! No primeiro dia senti ligeiramente a agulha e o líquido mas nada de mais; segundo dia... O HORROR!! Senti tudo, a agulha, o líquido, a agulha a sair! Depois fiquei o resto do dia com uma dor na nalga que irradiava pela perna e, ainda hoje sinto uma pequena dor no local da injecção! O terceiro dia não foi muito melhor... no quarto e no quinto não senti nada, abençoadas mãos! Mas ninguém escapa impunemente a uma injecção de cerca de 6ml de líquido (é muito líquido, acreditem!) por dia e, hoje, sentado em frente ao computador enquanto vos escrevo, parece que estou sentado em cima de duas maciças bolas de golfe! Uma enfiada em cada nádega.
Quem diria...
PS: há novidades no "Asas para voar!"

3 comentários:

Sahaisis disse...

raramente dou intramusculares, o que me leva a acreditar que estarei na categoria das mãos duras...

Anónimo disse...

Neste caso, a variável nao é o doente mas sim o enfermeiro... lol
Voltamos ao inicio...e a teoria confirma-se! rs

Precis Almana disse...

Quando eu levava aquela injecção de não sei quê arina (quando se está deitado muito tempo), havia algumas que doíam zero e outras que doíam (e eu sou resistente à dor). Um enfermeiro muito querido disse que era normal, que dependia de quem dava...