Ora bem, isto hoje é aproveitar que o Espírito de Natal não quer ninguém doente nem magoado.
Então, dizia eu, hoje lá me apareceu uma velhotinha com um entorse num pé (têm sido ás carradas as entorses já que a neve chegou e aquilo é coisa gira e tal mas escorrega que se farta) e consulta práqui, Rx práli, lá regressou ao seu lar. Estando sozinha no hospital lá empurrei a cadeira da senhora até á recepção das Urgências e pedi que lhe chamassem um táxi. Estacionei-a junto do pinheiro de Natal que alegra um pouco aquele espaço e acabei por lhe dizer:
-Minha senhora, deixo-a aqui ao pé da Árvore de Natal. Olhe, aproveite e leve uma prendinha!
Convém esclarecer que a árvorezeca tinha montes de caixas (vazias, provavelmente caixas de transportar as fraldas) embrulhadas e com lindos laçarotes espalhadas junto a ela.
Até aqui tudo bem, adeus minha senhora bom natal e as melhoras, obrigadinho senhor enfermeiro para si e para os seus também. Volto para o meu local de trabalho e poucos minutos depois toca o telefone.
-Olhe, desculpe lá, mas foi o senhor que acabou de trazer uma senhora de cadeira de rodas aqui prá sala de espera?
-Fui, fui.
-Então e você foi-lhe dizer que ela podia levar um presente da árvore?!?
- Mas foi a brincar... aquelas caixas não tem nada... certo?
- Mas ela acaba de tirar um peluche da árvore! Eu disse-lhe que ela não podia tirar e ela disse-me que você lhe tinha dado autorização.
Nesta altura não consegui evitar uma gargalhada.
- Isto não tem piada! Você não pode dizer essas coisas aos doentes!
-Pronto, pronto... eu trago um peluche lá de casa...
-Não é preciso.
Realmente, estes suíços têm o sentido de humor de um calhau.
A Outra
-
É ela que o vê doente e que coloca a mão fria no seu rosto febril. É ela
que o vê acordar e que dorme sobre o colchão moldado pelo corpo dele,
havendo lado...
Há 12 anos