Os livros são objectos que me acompanharam desde que me lembro de ter memória! Lembro-me claramente do fascínio que os livros do meu pai exerciam sobre mim, mesmo sem lhes tocar! Lembro-me de olhar, curioso para as suas lombadas e de os retirar da prateleira e observar as capas e contra-capas mesmo antes ainda de os saber ler. Lembro-me de como me sentia crescido por gostar de livros! Vim, mais tarde, a ler alguns desses livros. Aliás, a primeira vez que li "Os Filhos da Droga" foi numa edição que era do meu pai. Emprestei esse livro a um colega do secundário que nunca mo devolveu. Na infância, depois de aprender a ler, lembro-me da Biblioteca Itinerante da Calouste Gulbenkian, uma carrinha vermelha cheia de livros que podíamos levar emprestados durante 15 dias. E foi assim que li a maior parte dos livros da série "Uma Aventura..."! Lembro-me do meu primeiro livro "a sério", um enorme romance de aventura com páginas cheias de letras e sem ilustrações: "A Ilha do Tesouro"! E lembro-me de como gostava de ir à Biblioteca Municipal, quando estudava no secundário na cidade!
Portanto, com mais ou menos frequência, sempre estive acompanhado de um ou outro livro! Nos últimos tempos (re)descobrimos o prazer de ir a uma biblioteca! Com o Gabriel a consumir cada vez mais histórias infantis pareceu-nos a melhor alternativa a ter que comprar mais e mais livros infantis. E hoje a biblioteca é já um lugar familiar para ele. A bibliotecária já nos conhece, ele sente-se à vontade e vai brincar para a zona infantil onde pode construir puzzles ou brincar com os legos. E nós podemos percorrer as lombadas dos livros infantis (e são muitos!) e escolher quais os mais interessantes. E já descobrimos pequenas pérolas da literatura infantil que nem sonhávamos que existiam! É bom poder levar um livro sem o compromisso de termos de o comprar! Assim podemos saboreá-lo melhor, descobrir os seus pormenores a cada leitura, conhecer as personagens. A colecção para adultos também é bastante completa, assim haja vontade de ler! Descobri na colecção desta pequena biblioteca municipal alguns dos livros que gostaria de ler mas que ainda não tinha tido a oportunidade de comprar. Hoje estou a ler "As Cinzas de Ângela", uma dica literária já com algum tempo da minha amiga Ana C.! Mas há mais!
Na nossa casa há livros em quase todas as divisões, desde a cozinha ao WC! Por muito que eu seja fã dos novos formatos digitais de música e há muito que deixei de comprar o formato físico do CD musical, o livro será sempre um livro e julgo que nunca vou conseguir ler uma obra que esteja apenas num ecran! Mesmo que se imprima as letras, as frases, os capítulos em páginas em branco, isso não tem a mesma magia que se encontra num livro! Seja uma grande obra literária ou um romance de cordel, seja uma biografia ou uma história de ficção, seja um complexo e denso romance ou uma leve comédia, há sempre um livro para cada ocasião!
(Por acaso, os blogs são daquelas excepções que faço e que consigo ler directamente do ecran!)
6 comentários:
Gostei muito deste post e sim, os livros têm que ter capa, contra-capa, cheiro, textura, gosto de dobrá-los, marcá-los e houve até uma altura da minha vida em que escrevia a data em que começava a lê-los. Faz-me muita confusão ler livros no I-Pad por exemplo.
E fico contente pelas Cinzas de Angela ;)
Adorei as Cinzas de Ângela! Já o que se seguiu do mesmo autor não e tão bom...
gralha sabias que o Frank Mccourt tinha morrido? Quase verti uma lágrima.
A continuação da história (Esta é a minha terra) não é tão gira, mas lê-se muito bem.
As Cinzas de Angela li em duas noites, na altura em que ainda podia ler livros de uma assentada só...
Um livro éum livro, não há cá modernices que o possam substituir :)
É um gosto visitar o seu blog e por muitos outros que tenho passado. Gostaria muito de deixar aqui o meu link para divugaão. Um novo blog que tem dado um pouco de falar, com vários temas actuais... Forte abraço e boa continuação. Tornem-se seguidores!
http://quadratura-do-circulo.blogspot.com/
Eu praticamente já não compro livros, porque não tenho amor ao bicho físico: para mim, depois de lidos, viram tralha, e dou 90% à biblioteca, que também é nossa segunda casa por vários motivos: 1 - é onde vamos buscar livros e filmes 2 - é onde o Gabriel gosta de brincar 3 - é o meu escritório fora de casa 4 - é um ponto fixo de bookcrossing.
Só guardo os que gosto mesmo muito, mas, mesmo assim, se não voltar a lê-los depois de um X, bazam outra vez.
Ontem soube, por exemplo, que um livro que adorei de paixão (A Dança da Vitória, a Anacê conhece) que mandei para o Brasil já foi lido por mais de dez pessoas. Muito mais cool do que o ter aqui a apanhar pó. Fiquei toda contente.
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