quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

La Gioconda

Ainda ecos de Paris.
De tudo o que visitei em Paris posso dizer que, o que mais me marcou, uma vez que toda a cidade é maravilhosa, foi o Louvre. Não é que eu seja um apaixonado pela arte mas gosto de visitar um bom museu. E o Louvre é O museu!
Tudo nele é belo, desde o edifício propriamente dito (residência oficial do Rei, antes do Luís XV se mudar para Versailles) até às Pirâmides contemporâneas (muito embora alguns parisienses as achem um atentado à história do Louvre), passando pelas inúmeras peças nele contidas.
Claro que há uma obra em particular... a Mona Lisa. Além de ser muito frequente escutar-se os visitantes a perguntar o caminho para a Mona Lisa e, na maioria dos casos, os turistas apressam-se a ir ver o quadro, o próprio museu tem uma sinalética específica que indica o caminho directo para o quadro. Até aqui tudo bem. Afinal é o mais famoso quadro do mundo!
Acontece que, das pessoas que conheço que já viram o quadro in loco, a opinião é unânime: é uma desilusão. Porque é mais pequeno do que imaginavam, porque não tem nada de especial, porque é mais giro nos livros. Eu não concordo nada com estas opiniões. É pequeno? É um retrato!!! Um retrato. Estavam à espera do quê? Um mural? Ainda por cima, o que mais existe no Louvre são pinturas de parede inteira! Mas, convenhamos, o quadro mede 77x53 cm, não é assim tão pequeno!! As duas outras razões de decepção prendem-se com o facto de que observamos o quadro de 5 metros de distância e com um vidro à frente! É como ver o futebol na TV e no estádio. Na TV temos a noção de tudo o que se passa no relvado, as repetições, os grandes planos, a visão do relvado. No estádio não se tem uma noção tão global, mas tem-se a emoção. A única razão pela qual fiquei desiludido prende-se com o facto de ter sido obrigado a ver o quadro de tão longe e a ser empurrado por 15 asiáticos e mais uns quantos turistas a fazer pose para a foto!!
E agora um aspecto muito importante... porque raio ficamos tão longe da obra? Pois é. Em todo lado existem imbecis, idiotas que não querem saber do património global, estando mais preocupados com uma parvoíce de uma foto sua junto das obras. Falo da mania de não respeitar a regra de NÃO USAR FLASH!!! Será que é assim tão difícil desligar a porcaria da luz??? Ou é preferível danificar um pouco mais um bem inestimável? "Ah... só esta foto não faz mal..." Mas sabem quantas pessoas visitam os museus e pensam o mesmo? Sabem quantas pessoas visitam o Louvre POR DIA? Animais... E por causa desses parolos das mais variadas nacionalidades (portugueses também, pois claro!) nem pude ver o quadro com a minúcia que lhe é devida e as fotos saíram todas desfocadas por causa dos empurrões!!!
Irra...

3 comentários:

S* disse...

Hum, é uma cidade que sonho visitar. O Louvre, o arco, a Torre Eiffel... :)

Anónimo disse...

Tens de conhecer o Rijks para fazeres contraponto com o Louvre. Vais gostar, de certeza. Pelo menos é garantido que não tens de usar binóculos para poderes apreciar os Rembrandt (e outros) bem de perto.
As Pirâmides um atentado à história do Louvre? Também o CCB foi alvo de grandes polémicas por contrastar com o Mosteiro dos Jerónimos e hoje é um local de referência no panorama da cultura lusa.

Ana C. disse...

Para poder apreciar um quadro eu tenho que estar minimamente sozinha com ele e não com dezenas de japónicos a acotovelarem-se a eles mesmos e a mim e a empurrarem-se só para conseguirem a fotografia melhor. Por isso é que a primeira vez que fui ao Louvre fui sozinha. Deixei as amigas no hotel e lá fui eu, sem pressas, sem medo de me demorar tempo de mais, ou tempo de menos a olhar as coisas. Adoro poder sentar-me e ficar especada...