segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O melhor momento do meu dia.

Após um jornada de trabalho que começou ás 8 da matina (e considerando que para estar no hospital ás 8 tenho que acordar ás 6:15!) e que se vai prolongar até à meia-noite ou até ao dia seguinte, o melhor momento do meu dia é o cafezinho após o jantar.
O café nem é grande coisa, sai de uma máquina automática que se encontram nos corredores dos hospitais, mas isso também não é o importante. O importante é aqueles minutos em que voo para longe dos hospitais e dos doentes e deixo a minha mente divagar sem rumo, com aquele líquido a aquecer-me o corpo e todos os planos que se formulam naqueles instante a aquecerem-me a alma.
Depois volto à realidade dos doentes, dos médicos , das agulhas e máquinas a apitar, dos velhos aos berros, dos bêbedos e drogados, dos banhos, dos maus cheiros, do pús, dos insultos, dos agradecimentos e também de algum (raro) reconhecimento.
É o melhor momento da minha jornada de trabalho, dá-me a força de vontade para voltar à luta com um sorriso nos lábios e uma piada na ponta da língua, com um piropo à velha resingona que se quer despachar, com uma provocação futebolística aos doentes de clubes rivais, com uma palavra de carinho às crianças e paciência para os pais...
Não, não é só um café, é muito mais que isso...

2 comentários:

Ana C. disse...

Os teus posts hoje merecem todos comentários. Como eu me identifico com este... O meu dia começa com o aroma do café a fazer e só começa mesmo depois deste ritual. Antes disso sou outra pessoa. Se há coisa que adoro, às vezes até mais do que o sabor, é o aroma do café a entrar devagarinho na minha rotinha diária.

Banita disse...

Eu odeio café (gosto, sabor, odor) mas adoro os minutos de pausas nos dias. É como uma frame congelada num segundo.