quarta-feira, 18 de março de 2009

O Silêncio do Amor, reencontro

O dia estava esplendoroso. O sol impunha a sua presença em todos os recantos e a pequena livraria de Artur não era excepção. Até que ela entrou e parecia envolvida num luz só dela. "Alice? És mesmo tu?" pensou Artur e percebeu que estava mudo de excitação. Deu um passo na sua direcção e Alice voltou-se. A expressão na face de Alice era um misto de surpresa e felicidade e Artur conteve a sua vontade de a abraçar. "Artur? Mas... que fazes aqui?" Maria sorria abertamente, não sendo agora capaz de esconder a sua felicidade em rever Artur. A sua luz parecia ainda mais brilhante! "Eu trabalho aqui Alice! Aliás, esta loja é minha, já não trabalho no hospital!"
"Não te reconheço Artur!! Não te imaginava a mudar assim a tua vida!! Estás diferente, mais leve, mais jovem, pareces mais feliz." A voz de Alice esmoreceu um pouco ao continuar "O regresso de Maria fez nascer em ti um novo folêgo, isso é claro." Artur sorriu. "Estava preocupado contigo sabes? Pensei em ti todos os dias desde o nosso último encontro, há mais de dois anos. Desapareceste e eu não soube como te encontrar."
"A minha vida precisava de uma mudança Artur. Depois de te deixar, naquele dia, resolvi que não iria mais esconder-me da vida. Mudei-me para perto da faculdade, comecei a trabalhar numa pequena loja e inscrevi-me no curso de Medicina. Era um velho sonho meu e eu precisava de sonhar novamente! Estou agora no 2º ano, com alguma dificuldade pois tenho a Maria e o emprego mas nem imaginas como, apesar de muito cansada, estou feliz!"
"Isso vê-se ao longe Alice... estás deslumbrante!" Alice corou. Nunca tinha visto um Artur tão confiante e sereno e pensou como ele estava agora ainda mais atraente de que aquilo que ela se lembrava. Artur aproximou-se, pegou-lhe em ambas as mãos e sentiu-as, quentes e macias. Aquele toque desencadeou-lhe um arrepio de prazer nas costas que rapidamente lhe envolveu toda a cintura pélvica. Sentiu o seu corpo a desejar aquela mulher como nunca antes. Aproximou-se mais um pouco. Alice sentia o seu coração a galopar. As pernas tremiam levemente, uma sensação que rapidamente se espalhou por todo o corpo. O roçar do vestido causava-lhe agora uma sensação estranha de prazer nos seios, uma ansiedade física concentrava-se junto ao seu umbigo e sentiu por aquele homem algo que já não sentia há muito tempo: o seu corpo desejava o dele, ardentemente.
"Na verdade tens toda a razão Alice. O regresso de Maria transformou-me. Fez-me ver que após tantos anos de sofrimento e culpa precisava de um novo começo. Fez-me ver que o sentimento que eu nutro por Maria já não é o mesmo. Fez-me ver que não posso mais trabalhar no meio da doença e do sofrimento. Fez-me ver que não podia mais viver sem amor."
"Tu e a Maria..." Artur pousou-lhe um dedo levemente nos lábios. Alice fechou os olhos.
"Eu e Maria somos amigos. Ela é a mãe do meu filho, é uma grande amiga, conheço-a como a palma das minhas mãos. Quatro anos é muito tempo... ela sente que eu sou alguém importante para ela mas que já não me ama. A sua experiência do coma fê-la pensar e mudar. Não é mais a Maria que amei um dia. Nem eu o Artur de há 10 anos." O silêncio tomou conta daquele espaço, os livros olhavam para os dois em crescente expectativa. Alice olhou Artur bem fundo nos olhos. A sua respiração acelerada acertava bem no pescoço de Artur que disse: "Procurei por ti em toda a parte e foste tu que me encontraste! Não acredito no destino mas algo maior te trouxe aqui, hoje. Amo-te Alice!"
Aquela palavras pareceram despertar Alice do transe em que se encontrava. Lançou-se nos braços de Artur e beijou-o. As suas bocas uniram-se, as línguas confundiram-se. Artur sentia o desejo daquela mulher através dos seios que ela comprimia no seu peito. Alice sentiu a força dos braços daquele homem, cujas mãos a agarravam firmemente as nádegas e a puxavam para si. Alice percebeu que ele estava pronto para ela quando ela própria ardia já de desejo dele. Num impulso, afastou-o, ofegante e a tremer: "Não podemos... pode entrar alguém a qualquer momento!!" Artur sorriu e dirigiu-se à porta: "Esqueces que sou eu o dono!" disse enquanto a fechava, voltava o letreiro para a palavra "Fechado" e corria as cortinas.
Ufa!! Este foi, realmente o episódio que mais me custou a descrever!! Sentia que, por ser um reencontro tão esperado tinha de ser intenso e emocional. Tinha a cena toda imaginada... acho que ficou um pouco... fraquinho!! Ana, espero que o episódio final seja um estrondo!!!!

8 comentários:

Ana C. disse...

BEM MAS ESTE EPISÓDIO ESTÁ MUITO QUENTE!
O que é que andaste a tomar?
Estes dois vão-se consumir na livraria e aquilo vai pegar fogo com tantos livros por perto.
O que é que eu lhes faço agora, dizes-me?

Banita disse...

Miguel!!!!
Tens aí um talento escondido para descrever cenas pré-sexo tórrido!
Estou abismada! Está muito muito, bom!
Fraquinho?! De todo!
Beijinhos e Parabéns!
Vamos lá ver como a Ana c. termina a novela, mas pressinto que vem lá uma cena de sexo censurado!

R disse...

Estou satisfeita, os pombinhos Artur e Alice vão ficar juntos, só pode. Bjs

Miguel disse...

Ana, por mim acho que deves acabar a descrição que comecei!! Havia tanta tensão sexual entre os dois que eles merecem a melhor cena de sexo jamais descrita!! Depois... bom o resto já não importa tanto!!
QUEREMOS SEXOOOOOO!!!!

Ana C. disse...

Mas o que é isto? Vá, calma lá com vocês meninos que andam com a líbido aos saltos. Eu sou daquelas gajas que gosta da história a acabar com o primeiro beijo e vocês pedem-me que os ponha a sexar no balcão da livraria? Haja sexo, quer dizer, haja paciência...

Miguel disse...

Ana, não tem necessariamente de ser no balcão!! Contamos com a tua imaginação!!!

Banita disse...

Sim Ana, pode não ser no balcão, pode ser contra a estante dos livros de medicina! LOL!
Sexo! Sexo! Sexo!

Anónimo disse...

Miguel, ganda maluco! Tens um Henry Miller dentro de ti, rapaz! Ufa!!! LOL