Há quem lhe chame paixão pela leitura. Se forem leitores deste blog sabem que o meu intestino é, como dizer... caprichoso! Assim sendo, o meu intestino tem-me bem domesticado sabendo que eu sei e não falho com os horários que ele estabelece. Seja em casa ou noutros locais, ele exige sempre muita atenção pelo que posso passar algum tempo no chamado "trono". Vamos a contas: 30 anos são 10950 dias (sensivelmente!). Se em cada um destes dias perdi 15 minutos no trono (em média, claro) são 164250 minutos, o que é equivalente a 2737,5 horas, ou seja, 114 dias!! Cerca de 4 meses é muito tempo para desperdiçar só a cagar!!!
Eu dinamizo esse tempo. Na maioria do tempo leio. Normalmente o livro que estiver a consumir no momento. Se esse não estiver disponível vai o que estiver à mão: revistas sérias ou cor-de-rosa, jornais, catálogos da La Redoute. Não importa se já li aquilo ou não, tenho é que levar algo. Se não estiver a ler nada em especial, percorro a minha colecção "Calvin & Hobbes" e escolho um volume ao acaso! Estou certo que ficarei sempre satisfeito! Mas também já aproveitei esse tempo para outras actividades. Quantas vezes acabei o jogo "SuperMarioLand" no velhinho Gameboy original. Quando andava a aprender a tocar guitarra, esses tempos foram essenciais para atingir o nível pretendido! O único senão era o arrepio da guitarra fria quando em contacto com a perninha ao léu. Aquilo é que era inspiração... (nada do trocadilho óbvio de "inspiração de merda" ok?). Também já ouvi muita música nestes tempos, com o walkman, o discman e, mais recentemente com o iPod. Na verdade, é bem visível a evolução da sociedade através do que se faz entre aquelas quatro paredes. Esse tempo é fundamental na maturação da personalidade e da educação de um indivíduo.
Em que outro local se pode ficar informado acerca da dureza das águas e da sua distribuição pelo país? Dos componentes do detergente para a roupa ou dos produtos de higiene corporal? Dos magníficos textos que se escondem na bula dos medicamentos (quem sabe não foi isso fundamental para a minha escolha profissional.)? Da localização dos representantes e fabricantes do WC Pato por essa Europa fora? Do facto que o papel higiénico não é, de facto papel mas sim celulose? É um mundo de possibilidades. Nos locais públicos, onde a escolha é escassa e os textos escritos na porta do WC são de consumo imediato, opto por coisas mais lúdicas como brincar com aquele joguinho do telemóvel onde se tem que comer ovos com a serpente que cresce sem parar! O que interessa é dinamizar esse tempo e, no fim, carregar no Brise, Brisa Marinha. O único problema é ficar com uma das pernas dormentes e quase cair quando nos levantamos!! Mas quando se atinge a veterania, como eu, até isso se torna um hábito.
7 comentários:
Espero que o meu comentário não se perca no limbo da blogosfera...
Na senda do meu post o teu completa o lado do lavabo público. Onde eu, como já sabes, não me sento nem que me paguem, quanto mais a jogar ao jogo da serpente e a imaginar as bactérias fecais de desconhecidos a passearem-se por mim a cima...
Um destes dias combinamos uma reunião só para discutirmos os ingredientes de detergentes, bulas de medicamentos e afins :)
Ana, quando em WC públicos, o truque é não pensar em bactérias fecais!! Quanto à reunião acho excelente e concordo!! Só resta uma questão: na meu WC ou no teu?
;)
Miguel, como me revejo em cada palavra... Exceptuam-se os sanitariospúblico, pois sou como a Ana... Olha, antes prisao de ventre que cagar onde toda a gente caga!!!
Amei! ahahahaha
Tasha, não sou muito esquisito com as sanitas públicas. Contudo, e além da nojeira óbvia que são algumas, se não for possível trancar a porta, nada feito!!
Ah Ah Ah no meu WC ou no teu? Vamos perder a cabeça e combinar num sanitário público.
Só uma notazinha de rodapé ali do lado direito do teu blog onde tens Na Mesa de Cabeceira Está... Eu acrescentaria: Na Mesa de Cabeceira e eventualmente no WC Está...
Está feito!! E já que falas nisso, os meus livros passam muito tempo pousados em cima do cesto da roupa suja que está mesmo ao lado da sanita...
Bem acho que as negociações com o espírito criativo valeram bem a pena Miguel.
Já me ri imenso com este texto: Brilhante.
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